O senador Dr. Hiran (Progressistas) criticou o governo federal por ignorar a crise migratória venezuelana em Roraima, durante o programa Agenda da Semana, da Folha FM, nesse domingo (7). Em março passado, o Brasil bateu recorde pelo terceiro mês seguido com a entrada de migrantes, principalmente por Pacaraima.
Ele citou que desde 2016, época em que era deputado federal, tem chamado a atenção para a problemática. O parlamentar também lembrou que o governo federal ainda não indenizou Roraima por ter lidado sozinho até 2018 com os impactos da migração.
“Fiz inclusive uma matéria na praça Simon Bolívar, onde eles vivem debaixo das árvores, tem famílias que vivem ali seis meses, debaixo de árvores e lojas de autopeças. E isso ninguém fala, que tá havendo genocídio na Venezuela, com seis milhões de venezuelanos vagando pelo mundo”, diz.
Declarações da ministra dos Povos Indígenas
Dr. Hiran também falou de outros assuntos, como a sua posição antecipada a favor de uma fixação de mandato para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a convocação feita pela comissão temporária externa do Senado para ouvir a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, após ela acusar a população e o governador Antonio Denarium (Progressistas) de “incentivar, apoiar e fomentar a atividade ilegal de garimpo em Terras Indígenas Yanomami”.
“Ela [Sônia] tem até o dia 20 deste mês para prestar esclarecimentos na nossa comissão e vamos mostrar pra ela que Roraima tem muitas outras potencialidades, como os serviços, o funcionalismo público, a máquina pública que funciona bem, inclusive tem o incremento das nossas exportações”, citou.
Garimpo
Hiran reforçou ser contra o garimpo da forma como é feito atualmente e, portanto, defendeu a regulamentação da atividade, prevista na Constituição Federal de 1988, desde que haja ciência das populações indígenas e proposta de compensação.
Questões indígenas
O senador defendeu o Governo Denarium, ao dizer que ele não abandonou os povos indígenas, lembrando que o Estado tem cerca de 200 das 366 escolas estaduais em terras indígenas, sendo 33 na reserva yanomami.
O político ainda demonstrou preocupação com 500 pedidos de demarcação de terras indígenas protocolados na Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), ao afirmar que a questão precisa ser debatida dentro do Congresso Nacional. “Precisamos acabar com essas narrativas, de que todo mundo é favor de garimpo ilegal”, disse. “Nunca falei nada disso a favor de ser garimpo, sou a favor de desenvolver o Estado”.
Assista ao Agenda da Semana – 07/05/2023