Política

Indústria e vendedores de cimento vão ser convocados para explicar preço

Debate realizado no Amazonas serviu para os parlamentares colherem informações sobre o setor e, posteriormente, empresários serão ouvidos

As indústrias e vendedores de cimento do Amazonas e de Roraima poderão ser convocados para explicar os preços praticados nos dois estados. O requerimento será feito pelo 2º vice-presidente da Comissão de Minas e Energia da Câmara Federal, deputado Édio Lopes (PMDB). A mesa-redonda realizada ontem, 26, na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), contou com a participação dos representantes da Receita Federal (responsável pela fiscalização e pela tributação federal), da Secretaria de Fazenda do Amazonas (responsável pelos impostos estaduais) e da Superintendência da Zona Franca de Manaus, instituição que abriga o parque industrial da Zona Franca de Manaus.

“Essas três entidades nos ofereceram um cenário muito rico em detalhes. Com esses números, agora iremos fazer alguns cálculos e convidaremos a indústria e o comércio do cimento do Amazonas para que nós possamos saber onde está o fator responsável pelo encarecimento do cimento para nós de forma tão absurda”, disse o parlamentar.

Segundo ele, a intenção de ouvir os industriários e comerciantes do cimento é saber quais as razões e fatores que contribuem para o alto custo de uma saca de cimento em Roraima e Amazonas. “Por ter isenção fiscal, deveríamos supor que o cimento aqui deveria ser mais barato que no resto do país”, comentou Lopes. Ele disse que, na próxima semana, irá requerer da Comissão de Minas e Energia uma nova audiência pública para ouvir os empresários.

QUALIDADE – Outro ponto discutido na audiência pública de ontem foi a precedência duvidosa e sem selo de qualidade do cimento vendido. De acordo com o presidente da Comissão de Geodiversidade, Recursos Hídricos, Minas, Gás e Energia da Assembleia do Amazonas, deputado Sinésio Campos (PT-AM), em 2013 a comissão apurou a existência de cerca de 20 marcas de cimento importado naquele Estado sem selo de qualidade, sem data de validade ou local de origem definido. A denúncia foi entregue à Polícia Federal e agora à Comissão de Minas e Energia da Câmara Federal.

O uso de cimento sem qualidade garantida pode gerar doenças nos trabalhadores da construção civil, além de impactar diretamente a obra. A qualidade do cimento está diretamente ligada à segurança da população. Cimentos produzidos fora dos padrões estabelecidos pela Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) podem comprometer estruturas, causar fissuras e outras manifestações patológicas que, em casos extremos, podem levar edificações ao colapso (queda). (V.V)