Política

Instituição luta para ter controle de aplicação de recursos federais

Segundo reitor, grande desafio é aplicar os recursos repassados pela União na manutenção das unidades da Uerr

O reitor pró-tempore da Universidade Federal de Roraima (Uerr), professor Regys Freitas, afirmou que uma das principais metas da sua gestão é a modificação da infraestrutura da instituição em todo o Estado. De acordo com ele, obter o controle dos recursos repassados para manutenção das unidades da Uerr e poder aplicá-los onde a universidade sentir necessidade é o grande desafio.

Ele explicou que atualmente a Uerr possui 17 campi, na Capital e no interior, mas que somente em Rorainópolis, Caracaraí e São João da Baliza a instituição tem prédios próprios. “Nas demais localidades, nós funcionamos em escolas da prefeitura ou do governo”, explicou o reitor durante o programa Agenda da Semana, da Rádio Folha AM 1020, apresentado pelo radialista Getúlio Cruz, na manhã de ontem, 21.

Ele revelou que atualmente as unidades do interior são geridas pelas prefeituras e que a verba para manutenção dos prédios é repassada diretamente para as instituições. “Acontece que as prefeituras não têm garantido a infraestrutura dos prédios como deveriam. Esses recursos não estão chegando na ponta. O que a gente quer é que o Governo Federal repasse o dinheiro diretamente para Uerr, para que nós possamos repassá-los para as prefeituras mediante a garantia da manutenção da infraestrutura, ou que possamos construir nossas próprias sedes nessas localidades”, ressaltou o reitor.

De acordo com Regys Freitas, houve, no passado, um convênio entre o Governo Estadual e o Governo Federal, no qual estipulava a construção de mais dois campi, em Mucajaí e Alto Alegre, mas que esses prédios nunca foram concluídos. “Esses prédios começaram a ser construídos, mas, por alguma razão, não foram entregues ao governo. E hoje estão abandonados”, afirmou o reitor.

Ele destacou ainda que um estudo foi realizado para a reativação das obras dos campi, mas que devido a situação de abandono, a retomada pode custar o dobro do valor inicialmente orçado. “Se elas valiam R$ 2 milhões, retomar essas obras e construir uma nova estrutura a partir dessas que estão abandonadas pode chegar a custar R$ 4 milhões, pois está muito deteriorado”, frisou Freitas.

“Por estes motivos, nós estamos trabalhando junto ao Governo do Estado e à Assembleia Legislativa para que possamos ter o domínio da distribuição e aplicação desses recursos. Apesar de a universidade ter se expandido, não foi pensada uma maneira de custear as estruturas dela”, disse o reitor.

O reitor afirmou que as dificuldades de infraestrutura afetam até os professores da instituição. “Eles precisam viajar horas para ministrar cursos em lugares que não têm condições e isso compromete o ensino e o aprendizado. Por isso, é tão importante que tenhamos o controle destes recursos”, reforçou. (J.L)

Para reitor, exigência de doutorado para candidatos à reitoria ferem isonomia

O reitor da Universidade Federal de Roraima (Uerr), professor Regys Freitas, afirmou que a mensagem governamental enviada à Assembleia Legislativa pelo Executivo Estadual para que não seja mais exigido o título de Doutor para candidatos ao cargo de reitor da instituição é “necessária para manter a isonomia da gestão”.

O projeto de lei prevê que para concorrer ao cargo de reitor e vice-reitor o candidato seja apenas “professor efetivo da Uerr e goze de estabilidade”. Antes, era exigido título de doutor e mestre para os cargos, respectivamente.

Conforme o reitor, que é mestre, a mudança foi proposta pelo Conselho Superior da Uerr. “Os próprios conselheiros são doutores, e decidiram por isso”, afirmou, frisando que quando a lei estabelece que o cargo de reitor só poderá ser ocupado por quem possua Doutorado e o de vice-reitor apenas por quem possua Mestrado “está privilegiando determinadas classes em detrimento de outras na Universidade Estadual de Roraima”.

Além disso, Regys Freitas justificou que mestrado e doutorado são titulações acadêmicas “que representam o grau do docente enquanto pesquisador” e que “os cargos de reitor e vice-reitor são cargos de gestão, de modo que o docente que os assumir não estará mais ou menos qualificado para tais cargos a partir dessas titulações”. (J.L)