Política

Intenção de Juan Guaidó é construir centros em Roraima

O autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, afirmou querer a criação de dois centros de ajuda humanitária em Roraima, sendo um deles em Boa Vista e o outro, em Pacaraima, na fronteira com o país vizinho. A informação foi repassada ontem, 12, pela representante diplomática Maria Teresa Belandria, porta-voz do opositor de Nicolás Maduro.

Em Boa Vista, seria instalado o centro para estoque de alimentos e remédios. A medida se deve a um acordo com o Ministério da Saúde que confirmou a doação de medicamentos, cujo recebimento seria facilitado pelo fato de existir um aeroporto na cidade. Já em Pacaraima, o centro seria dedicado à distribuição.

Ainda em cumprimento de agenda em Brasília, a previsão é que Teresa Belandria tenha uma reunião hoje, 13, com o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, que esteve recentemente em Roraima durante visita da comitiva interministerial, tratando justamente da questão migratória. Durante o encontro, será tratada a possibilidade de reforço militar para visita da representante de Guaidó a Roraima no próximo fim de semana.

Na tarde de ontem, Juan Guaidó, também tratou do auxílio que passará por Roraima. Ele divulgou que 23 de fevereiro será o dia do ingresso da ajuda humanitária na Venezuela.

No comunicado feito pelas redes sociais, Guiadó deu uma ordem direta às Forças Armadas da Venezuela para que permitam a entrada da ajuda humanitária, ressaltando ainda que os militares têm alguns dias para se colocar do lado da Constituição e da humanidade. “São as vidas de 300 mil venezuelanos que estão em risco”, alertou.

O autoproclamado presidente também revelou que sábado, 16, todos os que estão registrados no voluntariado vão receber informações para organizar o processo de ingresso da ajuda humanitária.

“Anunciamos também um novo ponto de auxílio em Roraima. E vem um terceiro e quarto pontos. Para que ingresse a ajuda humanitária, necessitamos de organização e mobilização. Não há quem possa contra uma maioria organizada”, reforçou.

CENTRO HUMANITÁRIO – À Folha a assessoria de comunicação da Operação Acolhida informou que ainda não recebeu nenhum comunicado oficial da decisão.

“Com isto, não existe nenhum planejamento voltado para uma possível administração deste centro”, disse.

O Exército Brasileiro acrescentou que após uma busca por subsídios no Ministério da Defesa e no Centro de Comunicação Social do Exército, foi constatado que ainda não houve comunicação oficial também a esses órgãos sobre o assunto em questão.

A Secretaria de Comunicação Social do Governo do Estado também informou que o centro de ajuda humanitária é de criação do governo federal, associado à Operação Acolhida, sob a coordenação do Exército Brasileiro, mas que, “mesmo sendo uma ação do federal, o governo estadual está aberto a parcerias”.

O Itamaraty não se pronunciou sobre a possibilidade de criação dos centros em Roraima (P.C.)