Em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira, 29, os representantes de instituições que integram a Operação Escuridão, deflagrada com intuito de desarticular esquema de desvio de recursos públicos do sistema penitenciário local, deram esclarecimentos dos procedimentos que foram executados nas primeiras horas desta manhã.
Além do responsável pela operação, delegado Anderson Dias, a entrevista contou com as presenças do superintendente regional da Polícia Federal (PF), Richard Murad, da procuradora-geral do Ministério Público de Roraima (MPRR), Elba Amarante de Moraes e do coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Marco Antônio Azeredo.
De acordo com Dias, dos 11 mandados de prisão preventiva expedidos pela justiça estadual, apenas um foi cumprido em Brasília. O alvo em questão foi Guilherme Campo, filho da governadora Suely Campos (PP). As demais ações foram cumpridas na capital de Roraima, sendo três delas contra os ex-titulares da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) Josué Filho e Ronan Marinho, e o deputado estadual eleito Renan Bekel Filho (PRB).
“Todos os investigados estão sendo ouvidos aqui na sede da superintendência e as investigações apontaram o envolvimento deles em esquema de contratação emergencial constituída há apenas oito dias para cuidar da alimentação dos presos nos presídios do Estado. O que nos impressionou durante esse período de investigação foi os montantes de saques que eles realizavam. Só para você ter uma ideia, foi registrado um saque de mais de R$ 500 mil reais em apenas um dia, o que é um valor muito expressivo para uma empresa”, comentou o delegado.
Os alvos da investigação, que conta com a parceria do Ministério Público, estão sendo ouvidos, no entanto, segundo o superintendente da PF, os mesmos deverão ser encaminhados para o Comando de Policiamento da Capital (CPC) e que em regra caberá a justiça de Roraima encaminhá-los para audiência.
Durante as ações da operação, as equipes da PF recolheram vários bens como lanchas, Jet Skies e carros de luxos, além de montantes em dinheiro. “Diversos desses veículos não estavam no nome dessas pessoas. Então, havia ali um crime de ocultação de bens, coisa que também foi verificada nas quebras de sigilos dos investigados”, completou.
As investigações apontam ainda o envolvimento de um secretário da atual gestão governamental no esquema. Os detalhes desse fato não foram revelados, uma vez que as investigações continuam.
O nome da operação “Escuridão” faz referência à nona praga bíblica do Egito, que veio após aos Gafanhotos, na qual o povo foi colocado sob trevas em razão das ações do Faraó.
A matéria completa você confere na Folha Impressa desta sexta-feira, 30.
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