Política

Investimentos vão aparecer em 2016, afirma a governadora Suely Campos

Chefe do Executivo estadual destacou que anúncios feitos pela presidente Dilma são fundamentais para alavancar o desenvolvimento do Estado

“2015 foi o ano de arrumar a casa. Em 2016, os investimentos vão aparecer com o saneamento das contas públicas, com o pagamento das contrapartidas dos convênios para maiores investimentos em todas as áreas”. É com otimismo que a governadora Suely Campos (PP) espera este ano.

Para ela, mesmo com a crise, muita coisa foi feita em 2015. “Apesar de que em todos os cantos só ecoa a crise, eu sou otimista. Tenho muita fé e esperança de que nosso Estado, a partir deste ano, vai ter um novo modelo econômico através do agronegócio. Um estado não se viabiliza sem ter uma produção forte e estamos apostando nisso e temos implantando políticas públicas para isso, melhorando a infraestrutura dos municípios, vicinais”, comentou à Folha.

Dentre as conquistas de Roraima em 2015, destacou os anúncios feitos pela presidente da República, Dilma Rousseff (PT), durante visita a Boa Vista no mês passado, sobre a liberação do licenciamento ambiental para a retomada das obras do Linhão de Tucuruí, que interligará Roraima ao Sistema Interligado Nacional (SIN), e a exclusão da criação da Unidade de Conservação Lavrados do decreto que transferia de terras da União para o Estado. “Toda oportunidade que eu tinha com a presidente Dilma eu falava sobre a crise energética e a questão produtiva, que dependia da transferência das terras da União para o Estado”, comentou.

“Eu quis, o tempo todo, tratar de muitos segmentos do governo com profissionais técnicos. O Iteraima [Instituto de Terras e Colonização] é um exemplo.

Pegamos o Iteraima devastado por várias ações da Polícia Federal e coloquei técnicos lá. Fomos a Brasília, conversamos com o ministro Patrus Ananias e ele colocou o Ministério [do Desenvolvimento Agrário] à nossa disposição”, disse Suely, lembrando que só em 2015 Roraima teve assento na Câmara Técnica de Destinação e Regularização de Terras Públicas Federais na Amazônia Legal.

Quando Roraima conseguiu resolver 90% das condicionantes do Decreto 6.754/2009, que trata das transferências das terras para o Estado, esbarrou na criação da UC Lavrados. “Em determinadas discussões, sugeriram que fosse criada na região do Tucano e Serra da Lua e, por último, no Eréu. Mas não podíamos mais sacrificar nossos produtores, visto que essas regiões são de produção”, lembrou.

“Quando fui conversar com a presidente Dilma, expliquei a ela que era uma decisão política dela. Sugeri que fosse extinta a exigência da criação da UC Lavrados e pedi uma resolução quanto à questão energética no Estado. Foi quando ela trouxe as boas notícias para nós na entrega dos 2.992 apartamentos do residencial Vila Jardim, do ‘Minha Casa, Minha Vida’”, disse.

Para ela, essas duas questões são fundamentais para alavancar o desenvolvimento do Estado através do agronegócio. “A partir deste ano, vamos ter a segurança jurídica das nossas terras. Vamos ter a retomada das obras de Tucuruí, rumo a uma energia mais confiável”, comentou.

Enquanto o Linhão de Tucuruí não estiver pronto – a previsão é de três anos de obras -, o Governo do Estado pretende pedir a implantação de mais uma usina termelétrica emergencial para suprir a demanda. “E não podemos esquecer dos coreanos, que fizeram uma pesquisa no nosso Estado e estão querendo implantar um parque de energia eólica, com capacidade de produção de 100 megawatts. É uma opção!”, frisou. (V.V)

SAÚDE
“Ainda vemos macas pelos Corredores”, comentou Suely

Para a governadora Suely Campos (PP) o grande desafio de Roraima é a saúde pública. “O nosso gargalo é a falta de leitos. Infelizmente ainda vemos macas pelos corredores dos hospitais, mas a partir deste ano teremos acréscimo de leitos com a ampliação do HGR [Hospital Geral de Roraima] e a inauguração do Hospital das Clínicas”, assegurou.

De acordo com as contas feita pela governadora, no HGR serão 116 leitos a mais, além de 40 Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e dez salas de cirurgia; e no Hospital das Clínicas serão mais 100 leitos. “Já temos, através de emendas parlamentares, recursos para equipar as UTIs. E estamos finalizando as obras do Hospital das Clínicas, no Pintolândia, que está em construção há cinco anos”, disse.

No Hospital Materno-Infantil Nossa Senhora de Nazareth (HMINSN), a falta de leitos também é uma realidade. “A população cresceu e não se fez uma nova maternidade. Mas com a inauguração da Casa da Gestante, desafogaremos 30 leitos da maternidade, que hoje são destinados a gravidas de alto risco, com problemas de diabetes e pressão alta. Lá [na maternidade] também funciona o Centro de Referência da Saúde da Mulher, que irá para outro local e desafogará mais 30 leitos. Ou seja, ainda este ano teremos mais 60 leitos na maternidade”, contabilizou.

Enquanto isso, o Governo do Estado estuda a construção de uma maternidade na zona oeste de Boa Vista, que atenderá às pacientes dos bairros periféricos e desafogará o atendimento na unidade do Centro.

De acordo com a governadora, uma das prioridades para este ano é aparelhar as unidades de saúde do interior para diminuir a demanda dos hospitais da Capital. “Nossa estratégia de saúde é dotar os hospitais do interior de estrutura para atender o maior número possível de pessoas no interior e só os casos complexos serem encaminhados para Boa Vista”, disse, destacando que o Hospital de Rorainópolis, na região sul do Estado, está equipado, fazendo cirurgias e partos.

Lembrou daCaravana da Saúde do Povo, que leva médicos especialistas aos municípios do interior para atendimentos. “Em um dia, atendemos mais de 500 pessoas. Imagina você que a fila de cardiologia no interior é enorme”, comentou Suely, explicando que toda sexta-feira uma equipe vai a um município fazer os atendimentos. (V.V)