Ao receber a presidência da Assembleia Legislativa com salários de dezembro pendentes, Jalser Renier (PSDC) afirmou que irá enxugar a folha de pagamento e conter despesas para restabelecer o equilíbrio financeiro da Casa Legislativa, para que esta passe a ter despesas compatíveis com a receita.
Em entrevista ao programa Agenda da Semana, da Rádio Folha, o presidente afirmou que terá hoje, 5, uma audiência com representantes da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil na tentativa de obter uma Antecipação de Receitas Orçamentárias (ARO), uma espécie de empréstimo tomada pelos entes públicos para suprir insuficiência momentânea de caixa.
Com uma folha orçada em R$6,8 milhões brutos, Renier garantiu que a Assembleia vai enxugar esse valor. Embora não tenha adiantado em que porcentagem, frisou que uma reunião com a equipe técnica deve analisar onde é possível realizar cortes com o menor prejuízo possível e, com a partir destas medidas, ter acesso à ARO para o pagamento dos proventos dos servidores referente aos meses de dezembro e janeiro, que devem ser pagos juntos.
Outra medida referente ao quadro pessoal da Casa anunciada pelo presidente foi a realização de concurso público. Embora não tenha falado em datas e número de vagas, Renier adiantou que a Assembleia Legislativa deve contratar instituições de renome nacional para promover o certame e garantiu que todos os deputados estão sensíveis à necessidade de regularizar o quadro de pessoal da instituição. “Vamos implantar concurso público, chamar os aprovados que estão pendentes e diminuir a folha colocando fim aos que foram efetivados ilegalmente”, disse, ao ressaltar o Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) foi convidado a acompanhar todo o processo. Além disso, o parlamentar frisou que o Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações (PCCR) da categoria está em fase de avaliação final e que deve ser apresentado nos próximos dias.
Questionado sobre o Orçamento da Casa para 2015, o parlamentar informou o montante de R$165 milhões, o que segundo ele, representa um crescimento de 3,5%, o equivalente a quase metade da inflação, com aumento menor que o obtido pelo poder Judiciário e pelo Ministério Público.
Indagado sobre o posicionamento da presidência em relação ao governo de Suely Campos (PP), Jalser – que chegou a ser coordenador de campanha de Chico Rodrigues, opositor dela nas eleições – disse que a Assembleia Legislativa se mantém neutra e afirmou que qualquer avaliação sobre os primeiros atos de governo seria prematura. “A ALE vai tomar uma posição gradativamente. O que não quero é transformar o Legislativo em um palco de vaidades. Quero é que ela [governadora Suely Campos] cumpra o que prometeu”, asseverou.
E segundo ele, o desafio será grande para a nova governadora: “A dívida deixada pela gestão passada beira, na verdade, os R$700 milhões, e não R$100 milhões como havia anunciado o ex-governador, Chico Rodrigues” disse, ao assegurar que o Legislativo não tem intenção de interferir nos atos de governo. (Y.L)
Política
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