Política

Jalser sai em defesa de Guerra e faz duras críticas a governador

Ex-coordenador de campanha de Chico Rodrigues diz que se arrepende de ter engajado em sua campanha eleitoral

A retirada pelo governador Chico Rodrigues (PSB), na sexta-feira, 19, do projeto que indicava nomes para a Agência Reguladora de Serviços Públicos, acabou gerando uma crise entre os poderes Executivo e Legislativo. Ontem, em pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa do Estado de Roraima (ALE-RR), o deputado Jalser Renier (PSDC) reagiu à iniciativa e criticou abertamente o governador, de quem o parlamentar foi coordenador da campanha eleitoral no segundo turno.
Ele fez um breve histórico da situação, elogiou a postura do presidente da Assembleia, deputado Chico Guerra (Pros), que figurava como indicado para assumir a presidência da Agência. Segundo Jalser, haveria um impasse na indicação dos três nomes, que incluíam ainda o atual secretário estadual de Planejamento, Sérgio Pillon, e Fabiana Ramos, que seria pessoa da confiança de Chico Rodrigues.
O parlamentar se disse pego de surpresa pelo ato do governador. “Temos reconhecimento, apreço, respeito e a lealdade com um homem [Guerra] que passou por essa Casa por 20 anos, sem nunca ter perdido a eleição pelo voto popular. Para minha surpresa, o senhor governador – esse mesmo que nós trabalhamos nas eleições de 2014 e que vivia dentro dessa Casa pedindo apoio para seus projetos – que num gesto irresponsável e covarde, mandou para a Casa um projeto de lei colocando o nome de Guerra para ser o presidente da Agência Reguladora. Mas, de maneira covarde, o governador retirou esse mesmo nome”, criticou.
Jalser chamou Chico Rodrigues de “ingrato, imaturo e covarde”. Disse que a atitude foi insensata e que o governador mereceria ter perdido as eleições e ter ficado “fora do Palácio Senador Hélio Campos”. “Com esta atitude sorrateira desse governador, repudio totalmente a covardia que foi feita contra o senhor [Chico Guerra] e assumo que tenho arrependimento de tê-lo apoiado. Guerra passou a vida inteira nessa Casa e está sendo injustiçado por um homem que passou a vida inteira não construindo nada, não fazendo nada e não mostrando para que veio. E sai do governo pelas portas da covardia”, atacou.
No final do seu pronunciamento, repudiou a atitude do governador e solicitou à Mesa Diretora da Casa que ajuizasse junto ao Tribunal de Justiça do Estado uma ação para obrigar o Estado a enviar o duodécimo da Assembleia, que tem o restante de 55% do valor atrasado desde o dia 20. “Já que ele não cumpre acordos, que cumpra sua responsabilidade de enviar o duodécimo”, disse.
GOVERNADOR – Procurado pela Folha, o governador Chico Rodrigues se limitou a dizer, por meio de nota enviada pela Secretaria de Comunicação, que “o tempo é  o senhor da razão”. “Quem viver verá. Nada melhor que o tempo para trazer a verdade à tona e deixar que as máscaras  fiquem pelo caminho”, diz a nota.