A Usina Hidrelétrica de Jatapu, localizada no município de Caroebe, no sul de Roraima, está vendendo energia normalmente para a Eletrobras Distribuição Roraima após denunciar a empresa para o Ministério das Minas e Energia.
A hidrelétrica, que opera com capacidade máxima de dez megawatts de potência geradora, atende os municípios de Caroebe, São João da Baliza e São Luiz, todos na região sul do estado e leva luz para cerca de 50 mil moradores.
Segundo a Companhia Energética de Roraima (CERR), apesar de o fornecimento energético estar normal, até agora a empresa não recebeu pelo que está fornecendo. O administrador Kleber Coutinho, que até o início do mês comandava a CERR, disse que a empresa cobra por tarifa hídrica e não tarifa termoelétrica e confirmou que a empresa ainda não recebeu nada pela energia que está sendo fornecida.
“Estamos alimentando duas redes em cinco municípios, mas não ficou estabelecido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) uma tarifa a ser cobrada”, explicou.
O atual presidente da CERR, Antônio Carramillo, disse que a contabilização da energia fornecida por Jatapu está sendo feita e que a medição é contabilizada mês a mês. Ele explicou que existe a possibilidade do pagamento ser feito por meio de redução de dívida.
“Pode ter a chance do pagamento ser um acordo estilo toma lá e dá cá, pois devemos para eles suprimento de energia e como nós estamos suprindo energia para eles agora, ficou saldo devedor em torno de 100 milhões de reais”, comentou.
RESSARCIMENTO – Antônio Carramillo disse ainda que, além do pagamento pela energia fornecida por Jatapu, a empresa aguarda o pagamento dos ativos por parte da Oliveira Energia que venceu leilão e comprou a Eletrobras Roraima.
“Temos ativos e energia para receber e nós estamos em busca de agilizar o pagamento. A previsão é de 60 dias e estamos aguardando ansiosamente este recurso”, disse.
Pelas regras do edital do leilão da Boa Vista Energia, os novos donos da empresa terão que pagar cerca de R$ 297 milhões ao Estado de Roraima e R$ 320 mil à União, referentes à compra de ativos da CERR incorporados pela Eletrobras.
O ex-presidente da Cerr, Kleber Coutinho, esclareceu que a União não efetuou o ressarcimento dos bens ativos da empresa, avaliados em R$ 297 milhões pela Aneel, após a extinção da concessão feita pelo Governo Federal em 2016.
“A Oliveira tem 60 dias para assinar o contrato, então até o final do ano precisa ter assinado esse contrato de concessão, no qual vai ter que pagar, inclusive, as dívidas referentes à Cerr, no prazo desses 60 dias”, reforçou.