Recentemente o presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciou a vinda de R$ 223 milhões para o Ministério da Defesa na ação de acolhimento de venezuelanos em Roraima, o que causou controvérsia entre parlamentares do Estado, que cobram o envio de recursos para o Estado e para os municípios mais afetados com a migração.
Em entrevista ao programa Agenda Parlamentar na Rádio Folha 100.3 FM, o deputado federal Jhonatan de Jesus (Republicanos) declarou que não é contra o envio de recursos, muito menos às atividades da Operação Acolhida.
O parlamentar disse ainda que uma das medidas sugeridas ao presidente Bolsonaro, junto com a bancada de Roraima, é quanto ao fortalecimento do Distrito Industrial para gerar emprego e renda para brasileiros e venezuelanos. Jonathan informou que esteve com Bolsonaro para pedir que fosse liberada uma emenda de cerca de R$ 100 milhões para a infraestrutura do Distrito Industrial, fazendo com que as empresas tenham vontade de se instalar na região e gerar mais empregos.
“Nós necessitamos disso para que a gente possa expandir o número de empregos em Roraima. Nós já temos a Área de Livre Comércio de Boa Vista. Isso são políticas públicas que podem ajudar. E o que pedimos é metade do dinheiro que foi encaminhado para a Operação Acolhida e que inclusive pode beneficiar mais uma vez os venezuelanos, com geração de emprego e renda, pois sabemos de muitos migrantes qualificados”, afirmou.
O parlamentar fez críticas aos valores gastos com o acolhimento aos migrantes em comparação com as famílias brasileiras de baixa renda.
“Eu não sou contra a Operação Acolhida, acho que o Exército Brasileiro faz um excelente trabalho, mas acho que o Governo Federal não está sendo justo com o Estado de Roraima”, afirmou. “Se pegar a quantidade de venezuelanos legais que passaram pelo Estado e a quantidade de recurso que vem e dividir, dá uma média de R$ 12 mil por pessoa ao ano. E o Bolsa Família é R$ 1,8 mil”, afirmou.
O parlamentar lembrou que durante o governo do ex-presidente Michel Temer (MDB) e do atual presidente, foram enviados cerca de R$ 480 milhões para acolhimento de venezuelanos no Estado. No mesmo período, a gestão dos municípios e do Governo do Estado tem cobrado o envio de mais recursos para auxiliar no impacto causado pela migração.
“Há dois anos nós estamos pedindo que o Governo equipare os recursos que vêm para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), para a nossa saúde para que não falte medicamentos e insumos nas nossas unidades, que sejam construídas novas escolas para atender esses alunos. Nós não podemos negar a entrada deles e enviar mais R$ 223 milhões só resolve para eles, não para os nossos”, questionou o deputado. (R.R)