“Não posso me calar diante dessas coisas que estão acontecendo comigo”, disse Ruiz
O deputado Joaquim Ruiz (PTN) acusou agentes da Polícia Civil do Estado de Roraima de estarem monitorando seus assessores, motoristas e amigos. Segundo a denúncia do parlamentar, feita na manhã desta terça-feira (30), durante sessão ordinária na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), os policiais estariam usando carros apreendidos para fazer “campana” nas residências de pessoas ligadas a ele.
Segundo Ruiz, a ação tem ligação política em decorrência do pleito eleitoral e envolve um candidato que faz parte de sua coligação partidária, formada pelos partidos PROS, PMDB, PTN e PSB.
“Eu suspeito de um candidato ligado à Polícia Civil e só pode restar que há interesse em fazer um processo coercitivo, tentando amedrontar pessoas que votam em mim e trabalham na minha campanha”, afirmou o parlamentar ao destacar que sempre foi contrário a essa coligação.
De acordo com o deputado, o fato ocorreu semana passada e já foi comunicado ao chefe de gabinete da Casa Civil e ao delegado-geral da Polícia Civil.
Ele disse que o episódio só veio à tona porque as pessoas monitoradas, supostamente por agentes da Polícia Civil, possuem residências com sistema de segurança e todo o ato foi filmado.
As imagens gravadas serão apresentadas na próxima sessão, segundo o parlamentar. Ruiz disse ainda que não tem como reconhecer os agentes, pois o carro usado, uma S-10 de cor preta, possui vidro fumê, mas garante que a ação foi praticada por policiais civis.
“Eu tenho informação concreta que carros foram apreendidos pela polícia e estão sendo usados para serviços que não competem à Polícia Civil. Eles ficam na frente da casa. Filmaram meu motorista entrando no carro e fizeram todo um trabalho coercitivo. Isso é inadmissível em um regime democrático de nosso país. Isso não cabe à Polícia Civil, que é formada em sua maioria por pessoas muito sérias. E esse tipo de coisa, eu não posso aceitar e denuncio”, lamentou o parlamentar.
O deputado solicitou que a Casa convoque o delegado-geral da Polícia Civil para prestar esclarecimentos sobre o assunto. De imediato, o deputado Chicão da Silveira (PDT), que presidiu a sessão, determinou que a Assessoria Jurídica da ALE-RR adote as providências que o caso requer.
“Eu não ando com segurança. Eu não ando com policial me dando escolta porque eu não aceito esse tipo de serviço e essas pessoas que estão para servir a sociedade ficam servindo parlamentares”, afirmou Ruiz.
Aparte
O deputado Flamarion Portela (PTC), em aparte, lamentou o ocorrido com o deputado Joaquim Ruiz e parabenizou o parlamentar pela coragem de denunciar a ação. Ele aproveitou o momento para informar que o escritório da senadora Ângela Portela foi invadido na manhã desta terça-feira (30).
“Hoje cedo, nós fomos surpreendidos com a invasão de forma grosseira. Os policiais chegaram cortando os fios com um alicate. Arrombamento de forma técnica. Levaram todos os computadores, levaram bebedouros e cafeteira. Foi um verdadeiro ‘tsunami’ o que fizeram no escritório da senadora Ângela Portela”, afirmou.
Flamarion ironizou e disse que o “mundo não se acaba na eleição” e afirmou que a disputa pelo voto deve ser construída com propostas e com respeito ao adversário. “Não se faz política, em pleno século 21, dessa forma”, disse o deputado. Ele não esclareceu por quais motivos o escritório da senadora teria sido alvo de ação policial.
Fonte: Secom/ALE-RR
Política
Joaquim Ruiz denuncia ação policial ilegal
O deputado solicitou que a Casa convoque o delegado-geral da Polícia Civil para prestar esclarecimentos (Foto: Hisraufre Emiliano)