A deputada federal por Roraima e nova presidente da Funai, Joênia Wapichana (Rede) disse que ouviu de Davi Kopenawa, principal liderança indígena da Terra Yanomami que sonhou com ela comandando a retirada dos garimpeiros da região. A declaração foi dada em discurso a servidores da fundação na manhã desta segunda-feira, 2, em Brasília.
“Isso para mim é muito forte! Não só a Terra Yanomami sofre a com a presença de garimpeiros, mas a Munduruku [terra indígena no Pará] e no Parque do Xingu também estão passando por isso”, declarou Joênia.
Servidores do órgão e lideranças indígenas receberam Joênia e a nova ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara. Joênia ainda é deputada federal por Roraima e não foi oficializada como a nova presidente do órgão, mas aceitou o convite do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para chefiar a fundação. Em medida provisória publicada nesta segunda-feira, 2, a Funai, que antes era denominada Fundação Nacional do Índio, passará a ser chamada como Fundação Nacional dos Povos Indígenas.
Operação
A FolhaBV antecipou no dia 15 de dezembro que uma operação militar, com participação do Exército Brasileiro, Força Aérea Brasileira (FAB), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Polícia Federal deve ser realizada nos primeiros meses de 2023 para retirar garimpeiros da Terra Indígena Yanomami, entre Roraima e Amazonas. A informação foi confirmada pelo secretário de Segurança Pública de Roraima, coronel Edison Prola.
A Hutukara Associação Yanomami estima que 20 mil garimpeiros atuam na Terra Yanomami em Roraima e que estão agindo mais próximos das comunidades dos povos originários, principalmente no rio Uraricoera. De acordo com o coronel, facções criminosas estão atuando nas regiões de garimpo e hoje já há uma relação entre a extração de minérios e o tráfico de drogas.