Política

Juiz Sérgio Moro retira sigilo da Lava Jato e divulga grampo de Lula e Dilma

Entre as conversas está um diálogo, gravado hoje, que incluiu o momento em que Dilma diz que o nomeou como ministro chefe da Casa Civil.

A Operação Lava Jato interceptou uma ligação telefônica entre a presidenta Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O teor de uma ligação entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio da Silva foi divulgada nesta quarta-feira (16), após o juiz Sérgio Moro retirar o sigilo de interceptações telefônicas de Lula.

A divulgação foi feita após despacho de Moro, que decidiu retirar o sigilo do processo. As justificativas ainda não foram divulgadas pela Justiça Federal no Paraná.

Entre as conversas está um diálogo, gravado hoje, que incluiu o momento em que Dilma diz que o nomeou como ministro chefe da Casa Civil.

Na noite desta quarta-feira (16), cerca de duas mil pessoas se reúnem na frente do Planalto Central em protesto contra a nomeação de Lula, além de pedirem a renúncia da presidente Dilma Rousseff. Leia abaixo a transcrição da ligação entre Dilma e Lula, e ouça o áudio da ligação:

Conversa com Dilma
– Dilma: Alô
– Lula: Alô
– Dilma: Lula, deixa eu te falar uma coisa.
– Lula: Fala, querida. Ahn
– Dilma: Seguinte, eu tô mandando o ‘Bessias’ junto com o papel pra gente ter ele, e só usa em caso de necessidade, que é o termo de posse, tá?!
– Lula:  Uhum. Tá bom, tá bom.
– Dilma: Só isso, você espera aí que ele tá indo aí.
– Lula: Tá bom, eu tô aqui, fico aguardando.
– Dilma: Tá?!
– Lula: Tá bom.
– Dilma: Tchau.
– Lula: Tchau, querida.

O termo de posse ao qual a presidente se refere é ao termo que dá ao Lula o direito de ser empossado como ministro. Segundo o jornal Folha de S. Paulo, os investigadores da Lava Jato analisaram a conversa como uma tentativa de Dilma em evitar uma possível prisão do ex-presidente, já que o juiz Moro não pode mandar prender ministro do Governo Federal porque eles possuem foro privilegiado.

A conversa gravada pela PF faz parte do inquérito que investiga a posse do sítio em Atibaia, no interior de São Paulo. Segundo o G1 Paraná, no despacho em que libera as gravações, o juiz Sérgio Moro afirma que “pelo teor dos diálogos gravados, constata-se que o ex-Presidente já sabia ou pelo menos desconfiava de que estaria sendo interceptado pela Polícia Federal, comprometendo a espontaneidade e a credibilidade de diversos dos diálogos”.

Com informações da Agência Brasil e Correio da Bahia