ELEIÇÕES SUPLEMENTARES

Juíza ordena relatório da PF sobre possível compra de votos em Alto Alegre

Último levantamento da PF cita três mandados de busca e apreensão, cinco flagrantes e dois registros de fatos relacionados a crimes eleitorais, além da apreensão de mais de R$ 60 mil no pleito

Boca de urna (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV/Ilustração)
Boca de urna (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV/Ilustração)

A juíza de Alto Alegre, Sissi Schwantes, determinou que a Polícia Federal (PF) apresente um relatório de medidas realizadas durante as eleições suplementares da cidade que caracterizam possível compra de votos no pleito de domingo (28).

A magistrada solicitou informações que não mais estejam sob sigilo e que “não possam vir a obstaculizar medidas investigatórias futuras”. Conforme o último levantamento divulgado pela PF, houve três mandados de busca e apreensão, cinco flagrantes e dois registros de fatos relacionados a crimes eleitorais, além da apreensão de mais de R$ 60 mil.

A decisão foi proferida em uma Aije (Ação de Investigação Judicial Eleitoral) do Podemos que solicitava providência urgente contra o prefeito eleito Wagner Nunes (Republicanos), o vice-prefeito eleito Irmão Max (Progressistas) e a coligação Juntos Por Um Alto Alegre Melhor (Progressistas e Republicanos) por suposto envolvimento deles com o crime.

A magistrada retirou a coligação do processo por entender que é parte ilegítima no procedimento e que essa espécie de ação pode acarretar em inelegibilidade e cassação de candidatos, não de pessoas jurídicas como os partidos. Wagner Nunes e Irmão Max têm cinco dias para apresentar defesa, com documentos e arrolamento de testemunhas.

“Tendo em vista a soberania do voto popular, como valor caro à democracia, deixo, nesse momento, de examinar o pedido de tutela provisória de urgência, mesmo porque não há nos autos elementos suficientes à subsidiarem o acolhimento da medida de extrema magnitude, consistente na suspensão da diplomação dos representados”, disse Sissi Schwantes.

“Mostra-se precipitada a tomada de qualquer medida mais drástica, antes da oitiva da parte contrária ou mesmo da produção de outros elementos probatórios do quanto alegado”, completou a juíza.

No início desta semana, Sissi Schwantes criticou a prática de compra de votos e prometeu analisar todos os processos relacionados ao pleito suplementar da forma mais ágil possível, sem desrespeitar os prazos legais. Ela relatou que existem denúncias tanto contra Wagner, quanto contra Valdenir Magrão (MDB).