A advogada Maise França disputa uma vaga na gestão da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Roraima (OAB-RR) no pleito eleitoral que ocorre no dia 18 de novembro. Oposição ao atual presidente, Ednaldo Vidal, a candidata reforça que pretende promover uma gestão voltada para todos os advogados e adequada à realidade do Estado.
Em entrevista ao programa Agenda da Semana na Rádio Folha 100.3, com o apresentador e economista Getúlio Cruz neste domingo, 20, a candidata informou que atua na advocacia há 25 anos no Estado e é formada pela Universidade Federal de Roraima (UFRR).
Maisa afirma que é pós-graduada em Direito Constitucional e Eleitoral, conduzindo o próprio escritório há mais de 20 anos. Ela explica que desde que obteve sua carteira da OAB, que atua dentro da Ordem, sendo inicialmente presidente de uma comissão.
“Dentro da OAB-RR eu já ocupei vários cargos. Fui conselheira seccional por dois mandatos. Já fui secretária-adjunta e hoje eu sou tesoureira da seccional. Então, eu já tenho um trabalho dentro da Ordem de 25 anos. Atuo muito no interior do Estado. Já fui procurada em quase todos os municípios, com exceção de São Luiz, São João da Baliza, Caroebe e Rorainópolis. Sou uma advogada que conheço bastante a realidade da advocacia no interior”, pontuou.
Advogada defende gestão voltada para todos os advogados
Sobre suas propostas caso eleita, a advogada reforçou a importância da manutenção da prerrogativa dos advogados. Para ela, a violação das prerrogativas dos trabalhadores é um dos atos mais graves para a conduta do profissional. “Nossa proposta de campanha é tolerância zero para quem violar nossa prerrogativa e com ação imediata. Ela tem que ser para todos os advogados, não pode ser para uns sim e outros não”, afirmou.
Outro ponto citado pela advogada é o desenvolvimento de projetos para a jovem advocacia para qualificação e inclusão no mercado de trabalho, calendário de eventos da instituição, parceria para desenvolvimento de um mestrado junto às unidades de ensino, combate à fake news, resolução da questão das custas processuais e um trabalho de acordo com a realidade do Estado. Maise defende, por exemplo, que em Roraima o cliente que precisar pagar R$10 mil de honorários e mais R$25 mil reais de custas processuais, vai pensar duas vezes antes de contratar um profissional da advocacia.
“Hoje, o acesso à justiça está muito difícil. Uma custa que era cobrada R$1,8 mil antes de março, hoje está sendo cobrada R$20 mil. Nós, advogados, estamos começando a ter problemas econômicos. Se o cliente não contratar advogado, como é que nós vamos sobreviver? Isso é um dos pontos mais urgentes que precisamos resolver para que não prejudique nem a sociedade e principalmente o advogado”, pontuou.
Ainda sobre o pleito, Maise afirmou que teve contato com a Comissão Eleitoral da OAB Roraima e que foi muito bem recebida no momento da inscrição da chapa e no repasse de orientações sobre o pleito que acontece no dia 18 de novembro, negando qualquer possibilidade de irregularidade por ser uma candidata de oposição à atual gestão.
Maise afirma que quer ser primeira mulher eleita para presidência da OAB-RR em 43 anos
Sobre a importância da representação feminina na Ordem, a advogada informou que 43 anos atrás, a desembargadora aposentada Zelite Andrade, de Rondônia, assumiu a gestão da OAB Roraima por 10 meses. Ela cumpriu o restante de um mandato, mas foi escolhida para responder pela gestão, sem ter sido votada.
Seu objetivo atual, com a candidatura, é ser a primeira mulher eleita presidente da OAB-RR. “Esse momento foi muito esperado por nós advogadas. Esse momento era para ter acontecido em 2021”, pontuou.
Segundo Maise, a proposta era lançar uma chapa encabeçada por uma advogada em 2021, mas houve uma conversa com o atual presidente Ednaldo Vidal e que ele teria se comprometido a apoiar uma mulher candidata.
“A ideia era que se nós apoiássemos essa gestão que se encerra agora em 2024, ele apoiaria uma mulher a ser candidata. E essa promessa não foi cumprida, ele está vindo aí candidato ao terceiro mandato”, acrescentou. “Os nossos advogados também desejam que ocorra uma mudança. Um dos pilares defendidos pela OAB é a democracia e a alternância dos poderes é importante para o exercício da democracia”, pontuou.