Política

Manifestações políticas demonstram disposição do eleitorado brasileiro

Para professor Roberto Ramos, os atos são positivos por demonstrar a opinião e participação da população na política brasileira

Nas últimas semanas, a gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi palco de manifestações populares de apoio e de crítica, com mobilização em todo país e inclusive em Roraima. A análise é que estes atos, favoráveis ou desfavoráveis ao Governo Federal, são positivos por demonstrar a opinião e participação da população na política brasileira.

Em entrevista ao programa Agenda da Semana na Rádio Folha 100.3 FM neste domingo, 26, o cientista político e professor Dr. Roberto Ramos afirmou que as ações demonstram uma disposição do eleitorado brasileiro em poder se manifestar.

“Assistimos movimentos pró-retrocesso político, de se pensar no Brasil com uma centralização de poder, na mão de poucos, seja do presidente ou das Forças Armadas, já que muitos pedem pela intervenção militar. E, de outro lado, a luta pela pluralidade, pela democracia (…) De uma posição que possa se contrapor a essa visão mais autoritária colocada por seguidores do presidente. É um movimento mais conservador que historicamente sempre foi muito forte no Brasil”, avaliou.

O cientista político reforça também que as ações partem mais de movimentos sociais, do que de organizações de partidos. “Alguns estimulados pela própria fala “infeliz” do presidente, embora possa representar o pensamento dele, de estimular que determinados movimentos não queiram perder suas conquistas. E motivados pelo próprio cenário local e internacional, como o movimento negro que tem se mostrado presente; o movimento LGBTQI+; de favelas, no cenário nacional”, completou.

Para Ramos, as movimentações políticas também foram motivadas pela gestão do Governo Federal frente a pandemia do covid. “Esses movimentos, reforçando as suas bandeiras de luta, coincide com a forma como o governo tratou a pandemia. A pandemia foi para todos os países, não foi só para o Brasil. O que se questiona muito é a resposta ao tratamento, a forma como se foi. Isso o Governo deixou a desejar, é uma situação que merece. Se a gente compara pelas atuais ações do atual Ministro da Saúde com o antecessor, já se vê uma diferença grande. Embora o problema continue, se vê uma ação maior de equipe em gerar uma solução”, declarou.

RISCO – Sobre um possível risco à democracia brasileira, o cientista político afirma que a possibilidade de problemas sempre irá ocorrer, mas que não enxerga a possibilidade de uma possível intervenção.

“Risco tem, de ruptura democrática. Isso pode acontecer. Mas acho que a gente caminha para um momento de instabilidade, que talvez vai se demonstrar ainda no processo eleitoral. Mas fora isso, acho que não. A não ser que tivessem outros atores institucionais, com uma participação muito maior. Não vejo isso nas Forças Armadas, por exemplo”, complementou.

Confira a entrevista na íntegra:

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