Dezenas de roraimenses se reuniram pela quarta vez no ano, no final da tarde de domingo, 13, para protestar contra os escândalos de corrupção no país e pedir a saída da presidente da República, Dilma Rousseff (PT). A concentração começou por volta das 16 horas, em frente à Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), na Praça do Centro Cívico.
Com as caras pintadas de verde e amarelo, em alusão à principal forma de expressão e símbolo do movimento estudantil realizado em 1992, que culminou no impeachment do então presidente Fernando Collor de Melo, os manifestantes fizeram uma pequena passeata pelo contorno do Centro Cívico aos gritos de “Fora Dilma!”.
Várias crianças que também foram ao protesto portavam bonecos infláveis do ex-presidente Lula vestido com uniforme de presidiário, chamado de “Pixuleco”, fazendo referência à Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que prendeu alguns líderes do partido.
O ato, organizado pelo Movimento Vem Pra Rua, aconteceu simultaneamente em vários estados do país e reuniu representantes de segmentos produtivos e de serviços de Roraima. Esta foi a quarta vez, só este ano, que manifestantes saíram às ruas cobrando melhorias de trabalho e dignidade para o povo e pedindo o impeachment da presidente. Os outros atos ocorreram em março, abril e agosto, e reuniram mais de duas mil pessoas.
A Polícia Militar foi demandada pelo movimento e, devido à aglomeração de manifestantes, disponibilizou 20% do efetivo de policiais de serviço para garantir a segurança no local. O Departamento Estadual de Trânsito (Detran) também disponibilizou uma equipe para fiscalizar excessos relacionados ao trânsito.
Inicialmente convocado pelas redes sociais, o protesto foi novamente coordenado pelo advogado Alex Ladislau, que representa o Movimento Nacional Vem Pra Rua no Estado. Segundo ele, as redes sociais, principal meio para convocação do movimento, boicotaram o evento. “Na realidade o Facebook boicotou nacionalmente. Tirou o site do Vem pra Rua do ar 24 horas antes da manifestação. Não conseguimos convidar as pessoas, porque houve uma limitação”, disse.
Apesar do baixo número de manifestantes, o organizador considerou o protesto válido. “O movimento anunciou que esse ato é um esquenta para o dia 13 de março, que é quando as grandes manifestações começarão a acontecer após o recesso”, afirmou.
O técnico em enfermagem Edinaldo Silva, que levou toda a família para o protesto, destacou que é hora do povo se unir contra a corrupção. “É importante isso, porque a situação em que estamos vivendo diante de toda essa corrupção não é fácil. A manifestação é um desejo da população, que quer que a presidente deixe o poder”, frisou. (L.G.C)