As crises energética e migratória em Roraima foram os principais temas discutidos pela pré-candidata à Presidência da República, Marina Silva (Rede Sustentabilidade), em visita ao Estado. Ela desembarcou no saguão do Aeroporto Internacional de Boa Vista por volta das 13h20 de ontem, 18, onde foi recebida por correligionários e militantes de seu partido.
A presidenciável veio ao Estado participar do lançamento da pré-candidatura de 21 integrantes da Rede, que pretendem disputar nas eleições deste ano quatro vagas a deputado federal, 15 para deputado estadual e uma para o Senado. Em entrevista exclusiva à Folha, Marina afirmou que assumir compromisso com Roraima faz parte de seu plano de governo caso se torne presidente.
Ela afirmou que está atenta aos problemas enfrentados por Roraima, como a instabilidade em relação à geração de energia. “Roraima tem um grande potencial para uma matriz energética limpa e diversifica utilizando energia solar, eólica e até mesmo biomassa para suprir a necessidade”, citou, ao apontar a utilização de fontes alternativas de energia como solução para a crise no setor.
Ainda antes de cumprir agenda de programação que incluía visita em abrigo para refugiados venezuelanos na Capital, a pré-candidata falou sobre a “omissão” do Governo Federal diante da entrada de mais de 50 mil venezuelanos em Roraima desde 2016. “Não tem como o Governo Federal continuar dando as costas achando que o Governo de Roraima vai assumir um problema dessa magnitude sozinho”, criticou.
Caso seja eleita, Marina ressaltou que buscará soluções do ponto de vista do Governo Federal e parcerias com outros governos para minimizar a crise migratória pela qual passa o Estado. “O que acontece na Venezuela é um caso de ajuda humanitária e é preciso haver esforço conjunto da América Latina para dar conta de um problema dessa magnitude”, disse.
Uma das possíveis soluções apontadas pela presidenciável foi a inserção dos estrangeiros em um programa de acolhimentos visando o aproveitamento da mão de obra. “O Brasil tem que ter um programa de acolhimento, inclusive de talentos. Tem muitos venezuelanos que estão chegando com formação e o governo poderia acolher isso para distribuí-los nas várias regiões. É triste saber que muita gente, médico, engenheiro, advogado e outros de várias profissões estão saindo da Venezuela. Obviamente precisamos denunciar a situação de falta de democracia na Venezuela”, afirmou.
VISITAS – Antes do lançamento das pré-candidaturas, Marina Silva cumprirá uma agenda de encontros e visitas na cidade. Ela se reuniu com filiados, pré-candidatos, lideranças indígenas, movimentos sociais e populares em um hotel no Centro de Boa Vista, de onde saíram para visitar o Centro de Acolhimento para Refugiados do bairro Jardim Floresta, e o Centro de Referência para Refugiados e Migrantes na Universidade Federal de Roraima (UFRR).
PRÉ-CANDIDATURAS – Já durante o lançamento das pré-candidaturas de filiados da Rede, que ocorreu à noite, no plenário da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), Marina Silva destacou a pré-candidatura da advogada, líder indígena e porta-voz estadual do partido, Joênia Wapichana, que irá participar pela primeira vez de uma eleição.
“Queremos eleger uma boa representação e se Deus quiser ter a primeira deputada federal indígena eleita pelo povo de Roraima. Haveremos de ter uma mulher competente, corajosa e que representa as populações indígenas e as mulheres brasileiras”, ressaltou. (L.G.C)