Embora o número de casos suspeitos do novo coronavírus em Roraima ainda seja baixo em comparação com o resto do país, a orientação dos profissionais da saúde é de que a população adote medidas de prevenção. A medida é para que os casos confirmados sejam isolados e assim o Estado tenha condições de aplicar o tratamento adequado.
A recomendação é do médico infectologista Alexandre Salomão, em entrevista ao programa Agenda da Semana na Rádio Folha 100.3 FM neste domingo, 15. O profissional da saúde avaliou a proliferação do vírus nos países da Europa onde o número de casos confirmados superou a capacidade de atendimento, mesmo em regiões de grande poder econômico.
“É um vírus novo, uma circulação nova, que a população mundial não tem imunidade contra ele. O que nós observamos na infecção no mundo é que os países que não fizeram as medidas farmacológicas são os que mais estão sofrendo, como a Itália”, afirma.
A medida farmacológica, segundo Salomão, são as recomendações públicas divulgadas pelas autoridades sanitárias e que visam diminuir o pico de transmissão viral. A ideia é impedir um grande número de pessoas infectadas e assim sobrecarregar as unidades de saúde do país.
Apesar disso, o médico afirma que o Estado tem se organizado nas suas vigilâncias estaduais, capacitação de servidores e protocolo de controle de contingência viral para conter ou minimizar os efeitos da epidemia, por exemplo, com a criação do Centro de Operações Emergenciais para o Coronavírus.
No caso de uma confirmação de um caso no Estado, o médico afirma que já há uma estratégia definida pelo programa de contingência de resposta ao coronavírus. “Estamos com um grupo de resposta. Podemos interditar uma escola e transformar em um hospital, caso seja necessário para não deixar que ele se propague e diminuir os riscos de complicações e letalidade”, informou.
Ressaltou ainda que um caso confirmado não seria o problema, mas que a taxa de infecção para cada um paciente atinge duas ou três pessoas. “Se tivermos um paciente, temos como dar resposta, isolando e fazendo as medidas de controle. Qualquer Capital do mundo teria problema com número excessivo de casos, não é uma situação apenas de Roraima”, frisou Salomão.
População idosa é a de maior risco
Salomão explicou ainda que o Coronavírus tem atingido uma faixa etária específica, e que existe um risco enorme para a população mais idosa.
“Existe um risco de 15% para a população acima de 80 anos e de 7% a 8% para a população de até 60 anos, então o grupo que mais corre risco de complicações é a população de mais idade. Sempre ficamos mais atentos com grupos que tenham alguma doença crônica, crianças e pessoas que façam tratamento que possa baixar a imunidade. Mas observamos esse fenômeno maior com a população mais idosa”, contou o médico.
O especialista pontuou que ainda não há ainda nada que ajuda na cura ou vá prevenir a infecção de Coronavírus, porém advertiu que manter uma alimentação saudável e uma boa ingestão de líquidos é essencial para evitar qualquer doença.
“Para o Coronavírus, o que temos de mais efetivo na prevenção são as medidas de cuidados que são utilizadas já para a Influenza, sendo elas lavar as mãos, se proteger ao tossir e espirrar, entre outras medidas”, finalizou. (P.C.)