Política

Mesmo com independência financeira UERR pode sofrer com bloqueio

Reitor defende que com autonomia orçamentária a instituição pode discutir onde é melhor investir pensando na melhoria para os alunos

No primeiro ano de autonomia orçamentária da Universidade Estadual de Roraima (UERR) a unidade de ensino começa a analisar as prioridades para o ensino e infraestrutura ofertados pela instituição. A universidade conseguiu a independência financeira, administrativa e pedagógica após uma emenda constitucional determinar o repasse de recursos por meio do duodécimo, conforme o Poder Legislativo e Judiciário.

Mesmo com a autonomia, o reitor Regys Freitas calcula que, diante das condições financeiras do estado, é possível que haja uma redução de receita, após o governo solicitar uma adequação nos órgãos para adaptação dos orçamentos. “Ao receber esse comunicado, a universidade vai se adequar, mas com a diferença que vamos poder escolher nossas prioridades, o que não acontecia no ano passado. Isso é muito bom porque possibilita que tenhamos planejamento para o semestre, trimestre e para o ano”, comentou em visita ao programa Agenda da Semana da Rádio Folha FM 100.3. 

A falta de energia no horário da entrevista do reitor impossibilitou que ele falasse aos ouvintes da rádio, mas o reitor conversou com a reportagem da Folha de Boa Vista sobre a instituição.

Regys destacou que o orçamento destinado à universidade ainda é pequeno e está repetido do ano anterior, com pouco mais R$ 51 milhões para desenvolver as atividades. Dentre as principais dificuldades encontradas estão conseguir melhorias na estrutura do prédio e laboratórios para atender os 23 cursos ofertados atualmente, entre bacharelados e licenciaturas.

“Mantemos a funcionalidade da universidade bem dentro da nossa realidade, porém, nosso maior problema é a infraestrutura, temos pouco espaço. O prédio onde funciona hoje não foi pensado em uma universidade. Tem vestibular todos os anos e com o orçamento pequeno, não conseguimos fazer construção de novos blocos de salas de aula”, destacou.

Para tentar desafogar o prédio do bairro Canarinho, foi criado o Campus de Excelência Aplicada em Educação, que funciona ao lado do Hospital das Clínicas, para atendimento das licenciaturas. “Como era uma unidade subordinada hierarquicamente ao governo só recebia o que mandava e, a partir da autonomia, vai poder sentar e discutir o orçamento”, prosseguiu.

BLOQUEIO – Por mais que esteja na esfera estadual, a universidade roraimense sofrerá impactos com o contingenciamento nas verbas públicas destinadas para a educação, pois limitou a possibilidade de oferta de cursos à distância pela UERR em parceria com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) para mais de dois mil novos alunos. 

Com o bloqueio determinado pelo governo federal, não há previsão para quando serão ofertadas as modalidades. “Teríamos pulado para quase quatro mil alunos somente na UERR, então conseguiríamos atingir muito mais pessoas ao redor do estado com o ensino superior”, completou e informou que atualmente há polos da instituição em Caracaraí, São João da Baliza e Rorainópolis com os cursos de Engenharia Florestal, Agronomia e Ciências Humanas. (A.P.L)