O governo brasileiro informou nesta quinta-feira em portarias publicadas no Diário Oficial desta quinta-feira (5) a remoção de quatro diplomatas e 11 funcionários brasileiros de sua embaixada em Caracas, dos consulados em Caracas e Ciudad Guayana e do vice-consulado em Santa Elena do Uairén, cidade próxima à fronteira com Roraima.
Com a retirada, os brasileiros na Venezuela perderão acesso a serviços como emissão de passaporte e certidão de nascimento.
No caso dos diplomatas, a portaria informa da decisão de remover a ministra de primeira classe Elza Moreira Marcelino de Castro e os conselheiros Francisco Chaves do Nascimento Filho, Carlos Leopoldo Gonçalves de Oliveira e Rodolfo Braga.
O governo brasileiro não informou, ainda, se adotará uma posição mais extrema. Também não está claro o que acontecerá com os imóveis que pertencem ao Estado brasileiro, entre eles a residência do embaixador. Lá estão móveis e obras de arte de alto valor, cujo destino ainda é incerto.
TENSÃO – As relações entre o Brasil e a Venezuela estão tensas desde que o Brasil impulsionou a suspensão de Caracas do Mercosul, em agosto de 2017, durante o governo de Michel Temer. No mesmo ano, o governo de Nicolás Maduro expulsou o então embaixador brasileiro, Rui Pereira.
Desde então, o Brasil é representado em Caracas por um encarregado de negócios, e Maduro mantém também um representante provisório em Brasília, Freddy Meregote, que, no governo Bolsonaro, deixou de ter qualquer interlocução com o Itamaraty.
No início de 2019, o governo Bolsonaro reconheceu a “presidência encarregada” de Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional (AN) de maioria opositora e que teve suas prerrogativas anuladas pela Justiça controlada por Maduro. A relação com Maduro é quase nula, com exceção de um limitado canal militar existente entre as Forças Armadas dos dois países.
* Com informações do jornal O Globo