O Ministério Público Estadual de Roraima (MPRR) apresentou nesta sexta-feira (17) denúncia contra o atual secretário de Cultura, Shérisson Oliveira, por violência doméstica contra a ex-esposa. Este é o segundo processo que ele responde pelo mesmo crime.
A FolhaBV procurou o secretário e também o governo do estado para se manifestarem, mas não enviaram resposta até a publicação da matéria.
A denúncia é assinada pelo promotor de Justiça Hevandro Cerutti, que apontou à Shérisson a autoria dos crimes de lesão corporal por misoginia ou violência doméstica contra a mulher; ameaça por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, que possa causar mal injusto e grave, além de destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia.
O MP também incluiu denúncia por violência psicológica, que, conforme o órgão, “foi devidamente comprovada por meio dos prints das mensagens de texto trocadas entre ela o denunciado, nas quais o agressor se coloca em uma posição de poder e controle com relação à vítima, causando-a situações de constrangimento, humilhação e manipulação à referida”.
Segundo o MPRR, as agressões aconteceram em meio ao casamento que durou oito meses entre Shérisson e a vítima. Ela denunciou o caso à Polícia em 4 de abril de 2022, após ser agredida física, verbal e psicologicamente. Um laudo do Instituto Médico Legal (IML) confirmou as lesões no corpo da vítima. O casal discutiu após a mulher “descobrir supostas traições” e pedir o divórcio. Oliveira não teria aceitado.
“[…] o denunciado, já alterado, afirmou que não daria o divórcio e passou a agredi-la fisicamente, pegando-a pelo braço e pressionando-a contra a parede. A vítima afirmou na seara policial que, por duas vezes, tentou sair do local, mas o denunciado a empurrou, vindo a cair ao chão. Ao se levantar, o agressor a segurou novamente pelos braços e trancou a porta do quarto onde estavam”, detalhou o MPRR em trecho.
OUTRO PROCESSO – O processo anterior que Shérisson responde está em segredo de Justiça. Os fatos analisados pela Justiça foram denunciados por outra mulher, e ocorreram entre maio de 2019 e julho de 2020. Ela também relatou agressões físicas, verbais e psicológicas.