Em um pronunciamento veiculado em cadeia nacional de rádio e televisão na noite de quinta-feira (18), a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, disse que houve uma tentativa de genocídio contra o povo Yanomami ocorrida em 2023 e afirmou que o governo agiu “prontamente” para combater o garimpo ilegal na Terra Indígena (TI). Ela disse também que o governo federal adotará uma postura de “tolerância zero” contra o crime organizado no território.
“No ano passado, assistimos horrorizados a tentativa de genocídio do povo Yanomami. O governo reagiu prontamente, atuando em duas frentes, realizamos ações emergenciais e instalamos a casa de governo em Boa Vista”, declarou a ministra. O pronunciamento ocorreu às vésperas do Dia dos Povos Indígenas, celebrado nesta sexta-feira (19).
Guajajara destacou também que o governo destruiu os equipamentos dos garimpeiros e ofereceu assistência aos indígenas afetados. Além disso, ressaltou a importância de proteger os povos originários, salientando seu papel crucial na preservação do meio ambiente e na luta contra as mudanças climáticas.
“Por isso, a luta contra o garimpo, a extração ilegal de madeira, a grilagem de terras e outras atividades criminosas em territórios indígenas não é uma luta apenas dos povos originários, é uma luta de cada brasileiro e cada brasileira”, enfatizou.
Ela prosseguiu: “Sem nossa preocupação com o meio ambiente, a crise climática se agravará, resultando em secas, enchentes, ciclones e outros fenômenos ainda mais devastadores em todo o país.”
Confira o pronunciamento na íntegra:
Crise Yanomami
A crise humanitária e de saúde na Terra Indígena Yanomami voltou a pressionar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após dados apontarem que ao menos 308 indígenas do território morreram, em 2023, vítimas de doenças tratáveis, assim como o aumento de malária, gripe e avanço do garimpo.
A desassistência no maior território indígena do País, já vinha em uma escalada desde o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Quando assumiu a presidência, Lula decretou emergência de saúde pública na região para enfrentá-la. Mas, um ano após o anúncio do decreto e da criação do Comitê de Coordenação Nacional para discutir e adotar medidas de atendimento a essa população, há dificuldade de se reverter o cenário.
*Com informações do site Poder360