Política

Mourão diz que Orçamento está sob controle do Congresso

O vice-presidente também apela para que bancada consiga recursos para o Estado 

O vice-presidente da República, General Hamilton Mourão (PRTB), seguiu a sua programação de visita a Roraima, desta vez, com destino ao município de Pacaraima, na fronteira com a Venezuela.

A viagem ocorreu na manhã de quinta-feira, 13, e contou com a companhia do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, o governador Antonio Denarium (sem partido), a embaixadora no Brasil do líder oposicionista Juan Guiadó, da Venezuela, Maria Belandria, senadores, deputados federais, deputados estaduais e vereadores. 

O grupo se reuniu com o prefeito da cidade, Juliano Torquato (Republicanos) e autoridades locais no 3º Pelotão Especial de Fronteira (PEF), onde discutiu ações que podem contribuir para a melhoria da segurança e qualidade de vida da população local, além de visitar as instalações da Operação Acolhida na cidade.

Mourão disse nessa reunião para os políticos presentes que o Orçamento está sob controle do Congresso e apelou para que bancada federal de Roraima aloque emendas e consequentemente consiga recursos para o Estado.

 Após a sua visita a Pacaraima, o vice-presidente concedeu uma coletiva de imprensa na Ala 7 da Força Aérea Brasileira (FAB), antes de retornar a Brasília. Na ocasião, Mourão fez uma avaliação da visita ao Estado e reforçou a necessidade de criar uma força tarefa integrada entre a Força Nacional, Polícia Militar e Polícia Civil para fortalecer a sensação de segurança da população em Pacaraima.

“A questão de Pacaraima é iniciar uma ação de segurança pública. O governador Denarium e o ministro Sérgio Moro vão iniciar uma força tarefa integrando as ações da Força Nacional de segurança com a Polícia Militar e mais a Polícia Civil, para que dê a sensação de segurança para a população de Pacaraima se acalmar e viver melhor”, declarou.

O vice-presidente ressaltou ainda que esteve reunido com uma comissão de comerciantes da região, mas que andou pelo município e observou a realidade local. Embora afirme que o volume de migrantes é alto, ressaltou que há ganho em recursos por meio do aumento das vendas no comércio de alimentos.

“As ruas estão lotadas, mas o comércio está vendendo muito. O município está ganhando dinheiro. Vocês, que são roraimenses, sabem que aquela fronteira sempre teve um trânsito. Nós íamos comprar gasolina na Venezuela, que era barato, e eles vinham aqui comprar comida. Essa coisa agora transbordou. Então, nós vamos solucionar com uma mera questão de rearranjo das entidades que são responsáveis pela segurança em Pacaraima e em Boa Vista”, completou.

Sobre o esvaziamento de venezuelanos das ruas de Roraima frente à visita do vice-presidente e do ministro da Justiça, que ganhou repercussão negativa da população do Estado, Mourão frisou que o Governo Federal não solicitou qualquer tipo de atividade semelhante e nem compactua com ações do tipo.

“Acho que isso tem que ser analisado. Ninguém está mandando tirar os venezuelanos das ruas, até porque nós não temos autoridade para fazer isso. Vamos analisar por que aquela turma que estaria mendigando no sinal, vendendo balinha, sumiu de uma noite para o dia”, afirmou. “Ou eles acharam que a minha vinda e do Moro iria iniciar uma onda de repressão e resolveram se esconder. Ou tem alguma outra coisa que a gente tem que analisar melhor. Mas não existe nenhuma parte do Governo Federal de retirar. Por que para mim seria muito melhor eu ver a realidade”, completou.

Apesar disto, o vice-presidente reforçou que as informações colhidas ao longo da sua visita foram suficientes para estabelecer um plano de trabalho. “Temos um passivo de 12 mil venezuelanos que querem ir para outros estados do país e a gente acredita que em 4 meses vamos conseguir limpar esse passivo”, acrescentou.

No quesito do reforço ao processo de interiorização, Mourão informou que segundo dados da Operação Acolhida, foram 3,1 mil venezuelanos interiorizados em janeiro deste ano.

“Estamos com ideia de 3 mil venezuelanos por mês. Em janeiro foram 3,1 mil e vamos prosseguir com essa meta, de modo que a gente chegue ao final do ano com 36 mil venezuelanos, no mínimo, tendo ido pro resto do Brasil”, disse.

Por fim, o vice-presidente completou que Roraima é prioridade do Governo Federal por conta da questão energética e principalmente por ser porta de entrada da crise migratória.

“Temos que tratar de saúde e educação, que são gastos que o Governo Estadual e o Governo Municipal estão realizando extra, além do que era previsto para a população. É óbvio, também, a questão da segurança e da infraestrutura. Estamos desde o ano passado falando sobre fechar efetivamente a questão da construção do Linhão de Tucuruí. Então, são tempos que ocorrem que não os tempos que nós gostaríamos, mas são os tempos que a legislação nos permite”, finalizou. (P.C.)