POLÍTICA

Movimento Indígena de Roraima mobiliza ato contra Marco Temporal nesta quarta (20)

A expectativa dos organizadores é de que cerca de 8 mil pessoas participem da mobilização.

Foto: Divulgação/Moviemento Indígena de Roraima
Foto: Divulgação/Moviemento Indígena de Roraima

Diante da retomada do julgamento sobre o marco temporal, considerado por muitos como o “julgamento do século”, o Movimento Indígena de Roraima planeja uma mobilização histórica para esta quarta-feira (20). Estima-se que oito mil pessoas se reunirão na Praça Ovelário Tames Macuxi, no Centro Cívico de Boa Vista, para acompanhar o desenrolar da votação.

Delegações de diversas regiões, incluindo Baixo Cotingo, Serra, Alto Cuamé, e muitas outras, já começaram a chegar a Boa Vista desde o dia 17. Além deles, movimentos sociais, indigenistas e outros apoiadores estarão presentes para manifestar solidariedade. Ato semelhante acontecerá em outros pontos de Roraima, incluindo o Centro de Santa Cruz e o Centro Makunaima.

Uma feira também está programada, expondo e vendendo produtos das comunidades indígenas, como artesanato, alimentos tradicionais e outros itens. Amarildo Macuxi, coordenador da região das serras, explicou o propósito desta feira: “A feira é para mostrar para a sociedade e aos políticos de Roraima, a nossa produção feita de forma sustentável junto com nosso artesanato rico em diversidade.”

E acrescentou, direcionando suas palavras ao ministro Gilmar Mendes: “A feira também vai mostrar ao ministro, as produções da T.I Raposa Serra do Sol, onde o ministro disse que os indígenas estão vivendo no lixão em Boa Vista, e isso não é verdade”.

Para quem não pode estar presente fisicamente, o Conselho Indígena de Roraima (CIR) transmitirá toda a mobilização ao vivo em suas redes sociais, incluindo Instagram e Facebook.

A questão do Marco Temporal, se aprovada, poderá trazer repercussões profundas para os povos originários. Ela limitaria as demarcações de terras indígenas, abriria espaço para explorações e definiria terras indígenas apenas como as ocupadas até 5 de outubro de 1988. Cinco ministros ainda precisam votar sobre o assunto.