Deputado federal constituinte e autor da proposta que transformou Roraima em Estado, o ex-senador Mozarildo Cavalcanti falou da luta que foi conseguir convencer as pessoas que transformar o Território em Estado era um fator positivo. Ele destacou a participação dos outros três deputados federais representantes do então Território Federal de Roraima: Chagas Duarte, Otomar Pinto (ex-governador já falecido) e Marluce Pinto.
“Nós éramos os quatro deputados federais à época. Não havia senadores por Roraima e trabalhamos no convencimento para passar a ser Estado. Inclusive, convencemos o pessoal do Amapá, que não queriam por acreditarem que perderiam as regalias. Tudo que era pago pela União. E Ottomar convenceu o Aníbal Barcelos, que era um deputado pelo Amapá, a trazer os outros três deputados para se juntar a essa luta”, disse.
Ele destacou que a maior dificuldade era com os estados do Sul, que não queriam ter mais dois estados na Federação e, consequentemente, mais quatro deputados federais e três senadores. “Foi feita toda uma articulação para conseguirmos essa aprovação. Tivemos o apoio do presidente José Sarney e do relator Bernardo Cabral, dos deputados de Goiás, do Pernambuco, Amazonas e parte dos deputados do Rio Grande do Sul. E o que parecia ser impossível, acabou acontecendo na Constituinte, até porque tinha muita coisa em jogo e conseguimos negociar a provação”, ressaltou.
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Passados 28 anos, Mozarildo disse que vê o Estado em crescimento, com os poderes constituídos, e destacou o ensino superior como uma das alavancas do desenvolvimento. “Hoje vemos os três poderes funcionando, avançamos na cidadania, na economia e na saúde, embora acredite que poderíamos ter feito muito mais se os gestores tivessem se voltado para solucionar alguns problemas”, disse.
“Mas avançamos muito em outros setores, como a educação, por exemplo, depois da criação da Universidade Federal de Roraima, que é projeto de minha autoria, e depois foi criada a Universidade Estadual. Hoje temos mais seis instituições de ensino superior e Roraima se transformou num Estado universitário. Avançamos muito, mas temos muito a fazer”, complementou. (R.R)
