Em nota técnica enviada a imprensa no fim da noite de ontem, dia 24, o Ministério Público de Roraima (MPRR) informou que ofereceu denúncia contra o presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), Jalser Renier, e outras 15 pessoas por suposta prática de crimes de peculato, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.
As constatações, segundo o MP, ocorreram durante ações realizadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) no âmbito das operações “Cartas Marcadas” e “Royal Flush”, realizadas nos anos de 2016 e 2019.
Ao todo, foram analisados 36 processos licitatórios. Os desvios são da ordem de quase R$ 24 milhões. As irregularidades teriam ocorrido no período de 2013 a 2016. O órgão atribuem a Jalser Renier o papel de suposto líder do esquema criminoso.
Também foram denunciados pelo órgão o também deputado estadual Marcelo Cabral e ex-deputado Naldo da Loteria. As investigações do Gaeco também apontaram para a existência de quatro núcleos dentro da organização: Agentes Públicos; Empresarial; Operadores Financeiros e Laranjas; e Político.
À reportagem, o presidente da ALE, deputado Jalser Renier, afirmou que recebeu as informações da nota técnica do MP com perplexidade. “Essa postura do órgão do Ministério Público de Roraima merece a devida apuração, já que trata-se de um processo sigiloso, de acesso restrito as partes que atuam no processo”, disse, em nota.
O parlamentar lembra que as corregedorias e os órgãos de controle (CNJ e CNMP) sempre recomendaram a juízes e promotores de Justiça que não emitam opinião ou concedam entrevista à imprensa sobre processos penais em que atuam, especialmente nos casos mais sigilosos.
“Neste caso, as circunstâncias da divulgação são ainda mais graves, não se cuida de vazamento de dados sigilosos de processo em que não se sabe quem foi o autor da ilegalidade. O próprio Ministério Público procurou a imprensa e vazou informações sigilosas. Afora isso, importante anotar que a divulgação se torna ainda mais danosa porque o conteúdo das acusações é totalmente inverídico, sem respaldo de prova algum”, completou.
A assessoria do deputado Marcelo Cabral também se manifestou nesta manhã reafirmando sua confiança na Justiça para que os fatos sejam devidamente esclarecidos.
“Sou deputado há 14 anos e nunca neste tempo meu nome esteve envolvido em qualquer questão neste sentido, motivo pelo qual afirmo que, apesar da justiça estar fazendo seu trabalho, da minha parte prestarei todo e qualquer esclarecimento necessário com a máxima urgência”, destacou.
A reportagem também entrou em contato com ex-deputado Naldo da Loteria e demais investigados, e aguarda retorno. A matéria completa você confere na Folha Impressa desta sexta-feira, dia 26.