O Ministério Público de Roraima (MPRR) começou a investigar os contratos relacionados à organização da Expoferr 2023 (Exposição-Feira Agropecuária de Roraima) que totalizam quase R$ 17 milhões. O evento começa nesta terça-feira (14) e termina no sábado (18).
A apuração do MP iniciou após denúncias do deputado federal Duda Ramos (MDB) e do PSOL-RR, protocoladas no órgão, apontarem possível falta de transparência nos contratos, sendo o maior deles para contratar o show do cantor Wesley Safadão (R$ 1 milhão). Na segunda, o órgão informou à Folha que o caso foi encaminhado para a Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público.
A promotoria pediu acesso aos contratos em até 72 horas e notificou os secretários estaduais Márcio Granjeiro (Agricultura, Desenvolvimento e Inovação) e Rafael Fraia (Planejamento e Orçamento) a comparecerem ao MPRR, nesta terça, para esclarecerem sobre os recursos usados para realizar a Expoferr.
Nessa segunda-feira (13), o governador Antonio Denarium afirmou que a gestão estadual está à disposição dos órgãos de controle para prestar quaisquer esclarecimentos sobre o caso. “Todos os processos foram corridos com transparência e honestidade”, afirmou à Folha.
As denúncias
As denúncias de Duda Ramos e do PSOL apontam que o Instituto Brasileiro de Cidadania e Ação Social (Ibras), contratado para realizar o evento, é o mesmo que realizou o São João do Anauá 2023, em julho, por aproximadamente R$ 9 milhões. Citam, ainda, o pedido do Governo de Roraima para obter empréstimo de R$ 805 milhões e o decreto de contenção de gastos públicos. A sigla partidária defende a suspensão dos contratos.
Investigação no TCE
A Expoferr também virou alvo do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RR). Em ofício enviado na sexta-feira (10) ao secretário de Agricultura, a conselheira Cilene Lago Salomão pediu esclarecimentos sobre os contratos milionários da Expoferr e solicitou envio, para o mesmo dia, da cópia de todos os procedimentos licitatórios da organização do evento, sob pena de sanções legais.