MP sugere continuar investigação contra vereador eleito por suposta compra de votos

Deyvid Carneiro alega que provas que sustentam ação foram obtidas ilicitamente e argumentou não existir elementos suficientes para as acusações

O vereador eleito Deyvid Carneiro em entrevista à Folha (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
O vereador eleito Deyvid Carneiro em entrevista à Folha (Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)

A promotora eleitoral Ilaine Aparecida Pagliarini opinou que a 5ª Zona Eleitoral continue o processo que investiga o vereador eleito Deyvid Carneiro (União Brasil) por suposta compra de votos e abusos de poder político e econômico nas eleições municipais de 2024.

Apresentada pelo vereador Melquisedek Menezes (União Brasil), a Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) é uma das duas que Carneiro passou a responder na Justiça Eleitoral após ser preso em flagrante pela Polícia Federal (PF) na semana do pleito.

Na companhia do parlamentar eleito, estavam outros dois policiais penais e um instrutor de tiro, com materiais de campanha e R$ 1,1 mil em notas de R$ 50 – neste último caso, no bolso do então candidato. O parlamentar também é investigado pela PF por causa do episódio.

Em seu parecer, Ilaine Aparecida opinou favorável, por exemplo, pela quebra do sigilo bancário dos investigados, pela autorização do Ministério Público Eleitoral (MPE) para solicitar informações do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e pela designação de audiência para ouvir as testemunhas de acusação e defesa, assim como o depoimento dos suspeitos.

Menezes e o vereador Leonel Oliveira (DC), também não reeleito, pedem a cassação de Deyvid Carneiro e sustentam a mesma alegação de compra de votos por conta do episódio que levou à prisão do rival. Eles acreditam ser beneficiários dessa eventual decisão.

Em ambas ações, que correm em segredo de justiça, Deyvid Carneiro se defendeu ao alegar que os processos são baseados em provas obtidas ilicitamente, uma vez que a investigação da PF é sigilosa, e argumentou não existir provas suficientes para as alegações.

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