Política

Município deve gerir Distrito Industrial, segundo empresário

Atualmente cerca de 30 indústrias funcionam dentro do parque industrial, nos mais variados segmentos

Leo Daubermann

Editoria de Política

Em entrevista ao programa Agenda da Semana desse domingo, 25, na Rádio Folha FM 100.3, o produtor industrial José Eudes Pereira de Siqueira, proprietário de uma fábrica de produtos de limpeza, instalada no Distrito Industrial Governador Aquilino Mota Duarte, zona sul da capital, afirmou que a área, que é de jurisdição estadual, deve ser transferida para a Prefeitura Municipal de Boa Vista.

O empresário reclama da falta de assistência e amparo por parte do poder público, e diz que a medida beneficiaria o segmento. “Sofremos há anos devido ao descaso e abandono do nosso parque industrial. Não há investimentos nas áreas de infraestrutura, drenagem, iluminação, telefonia e pavimentação das ruas, além da falta de transporte público e de segurança, apesar de ter um distrito de polícia instalado no local”, disse, ao afirmar que o estado deveria passar o Distrito Industrial para o município.

“A gente já paga o IPTU [Imposto Predial e Territorial Urbano] e a prefeitura tem que fazer a parte dela. Seria muito importante se o governador [eleito] entregasse [Distrito Industrial] ao município, não tem mais nada a ver o Distrito Industrial ser de responsabilidade do governo. O estado tem outras prioridades, tem que tomar conta da saúde, da Educação, da Segurança”, destacou o empreendedor.

O empresário criticou a falta de investimento no segmento da indústria em Roraima. “O setor primário move a economia do estado, gera emprego, mas o governo precisa investir mais, precisa incentivar a vinda de indústrias de fora, precisamos de incentivo fiscal, não é fácil manter uma indústria funcionando. Seria muito interessante criar um selo, uma marca que caracterizasse o produto roraimense, para que as pessoas tivessem orgulho de nossa produção e consumissem nossos produtos”, ressaltou.

Atualmente cerca de 30 indústrias funcionam dentro do parque industrial, nos mais variados segmentos. A fábrica do senhor Eudes, que produz sabão em barra, amaciante, água sanitária, naftalina e soda caustica, já tem quinze anos de funcionamento e emprega 20 pessoas. O empresário conta que em breve o leque de produtos será ampliado. “Vamos construir um terceiro galpão, aos poucos, porque vamos usar recursos próprios, mas, futuramente iniciaremos a produção de desinfetante e sabão alumínio”, destaca.

RECICLAGEM – O sebo, matéria-prima que é a base principal para fabricação do sabão produzido na fábrica, é todo comprado no estado, de acordo com o empresário. E o óleo vegetal usado na fabricação do produto, é todo reciclado. “Eu reciclo o óleo de fritura usado, nós instalamos carotes em bares, restaurantes e associações, e esse óleo volta novamente para o consumidor em forma de sabão em barra”, explica.

“Essa foi uma maneira que encontramos de baratear o produto, além de contribuir com a preservação do meio ambiente”, fala o empresário, que ressalta não ter recebido nenhum tipo de apoio governamental para a iniciativa. “O preço do quilo do óleo é R$ 0,50 e muitas donas de casa preferem receber o produto como pagamento”, completa.