EVENTO MUNDIAL DO CLIMA

Na COP 28, deputado de RR promete defender compensação pelo 'sacrifício' de preservar Amazônia

Gabriel Picanço reclama da quantidade de áreas de preservação ambiental no Estado, que ultrapassam os 70% do território estadual, o que trava o avanço da produção agrícola

O deputado estadual de Roraima, Gabriel Picanço, em discurso na Assembleia Legislativa de Roraima (Foto: SupCom ALE-RR)
O deputado estadual de Roraima, Gabriel Picanço, em discurso na Assembleia Legislativa de Roraima (Foto: SupCom ALE-RR)

Único deputado estadual de Roraima na 28ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2023, Gabriel Picanço (Republicanos) prometeu defender, no evento, que os países financiadores da preservação da Amazônia ofereçam uma compensação aos moradores locais do bioma, especialmente os que dependem da floresta para sobreviver financeiramente, pelo “sacrifício” de preservar a região.

“Nós queremos a contrapartida dos governos, de onde vier, mas que cheguem lá na ponta pros ribeirinhos, colonos, produtores, através de incentivo, maquinário, produção, técnica. É assim que queremos pra eles produzirem dentro do que já foi desmatado”, enfatizou. “O governo federal diz que tem bilhões e bilhões que recebe dos fundos para preservação da Amazônia, mas quem foi a pessoa que tu já viu que recebeu um centavo pela contrapartida para preservar suas áreas?”.

Também conhecido como COP 28, o evento mundial que promete discutir e organizar estratégias para reduzir os impactos das mudanças climáticas inicia nessa quinta-feira (30) e segue até 12 de dezembro, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Aliado de Antonio Denarium (Progressistas), o parlamentar vai seguir integralmente a agenda do governador na conferência. “Concordo em preservar, mas precisamos saber o que vamos ter de contrapartida para nos sacrificar”, disse Picanço.

O deputado estadual ainda reclamou da quantidade de áreas de preservação ambiental em Roraima, que somadas, ultrapassam os 70% do território estadual, o que trava o avanço da produção agrícola. “Vamos ter, no máximo, 1,8 milhão de hectares para produzir. O nosso Estado tem feito o dever de casa, mas precisamos ser olhado de forma diferenciada, porque somos o único Estado com 90% da área preservada”, destacou.

Gabriel Picanço também se antecipou a prováveis críticas ao seu posicionamento, caso tenha a oportunidade de fazê-lo na COP 28. “Não tem problema [ser criticado], vamos perguntar se eles conhecem a Amazônia, se conhecem realmente as pessoas que moram na Amazônia, se conhece seu Francisco, seu Antonio que sustentam 10, 15 familiares na Amazônia”, declarou.

O parlamentar ainda criticou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, que afirmou que a pavimentação da rodovia federal BR-319, que liga Manaus a Porto Velho, serviria apenas para “passear de carro”. A via é como uma continuação da BR-174, ligando Roraima ao restante do País. “[Marina] não tem o mínimo de pudor pela gente”, enfatizou.