'Não sei se é ditadura', diz senador de Roraima convidado por Maduro a observar eleições

Presidente do grupo Brasil-Venezuela no Senado será o único parlamentar brasileiro a acompanhar presencialmente as eleições venezuelanas

Presidente da comissão que acompanha a situação dos Yanomami, Chico Rodrigues solicitou a audiência (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)
Presidente da comissão que acompanha a situação dos Yanomami, Chico Rodrigues solicitou a audiência (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

Convidado por Nicolás Maduro a observar as eleições venezuelanas de domingo (28) com todas as despesas pagas pelo regime, o senador Chico Rodrigues (PSB-RR) diz não saber se o país governado pelo ditador é uma ditadura. A declaração foi feita em entrevista ao jornal cearense O Povo.

Presidente do grupo parlamentar Brasil-Venezuela e membro da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, Rodrigues integra atualmente um partido que compõe a base do Governo Lula, mas também foi vice-líder do antagônico Governo Bolsonaro. Ele embarca nesta sexta-feira (26) para Caracas.

“O regime da Venezuela é um regime duro, ao estilo do presidente Maduro, mas não sei o que pode ser considerado ditadura. Não posso avaliar, porque não vivo dentro do regime, mas as eleições que têm acontecido na Venezuela vem sendo sempre questionadas pela comunidade internacional. É um regime independente. Acho que nenhum País do mundo deve interferir em outro Pais. Cada País tem sua independência”, declarou.

Único parlamentar brasileiro chamado para a missão na Venezuela, ele lamentou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de desistir de enviar observadores para acompanhar o pleito venezuelano, porque o Brasil, segundo ele, detém uma posição de liderança na América Latina.

Questionado sobre o que pode acontecer em caso de derrota de Maduro – ditador que chegou a afirmar que haveria um “banho de sangue” se perder a eleição -, Chico Rodrigues afirmou que, “até agora, o clima é de absoluta tranquilidade. “Não temos ouvido nem rumores de que poderá haver alguma mobilização caso o presidente Nicolás Maduro seja derrotado. E acreditamos e esperamos que o resultado das urnas prevaleça”.