Órgãos de fiscalização e controle como o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e Ministério Público do Estado de Roraima (MPRR) devem acompanhar o processo de transição entre os governos de Chico Rodrigues (PSB) e Suely Campos (PP), que assume no dia 1° de janeiro. A informação foi confirmada à Folha pelo coordenador do grupo de transição, Neudo Campos (PP).
Essa será uma das primeiras providências adotadas pela equipe de transição, que deve ter a primeira reunião oficial ainda esta semana. Neudo não adiantou qual o dia desse primeiro encontro, mas frisou que a equipe ainda está em formação e sua composição pode sofrer alteração. “Ainda vamos sentar, ver quem vai cuidar de qual área, fazer os contatos iniciais com o governo”, disse.
A prioridade é mesmo a antecipação do início dos trabalhos para a primeira quinzena de novembro. “O ideal seria que começássemos com o processo no dia 10”, disse ao complementar: “O mês de dezembro tem quatro semanas, das quais duas são praticamente paradas por conta do período de festas de final de ano. Seria salutar que pudéssemos dispor de tempo para receber as informações necessárias e planejar o governo de forma a atender as demandas naturais, a partir do dia 1° de janeiro”.
Ele salientou que a nova equipe de governo precisa ter acesso aos dados, principalmente no que diz respeito às contas do Executivo. “Queremos saber qual a realidade. Nós já sabemos o que precisamos saber, mas não temos ideia de como estão realmente as contas do governo, dados antes restritos apenas a quem fazia parte da gestão”, disse.
Neudo também comentou os recentes anúncios feitos pelo governo Chico Rodrigues, como o projeto que prevê o pagamento de auxílio alimentação a servidores estaduais e a incorporação da GID (Gratificação de Incentivo à Docência) a professores da rede pública estadual de ensino. Ele disse que as medidas preocupam do ponto de vista financeiro do Estado. “Estão concedendo benefícios que oneram o Tesouro estadual e é claro que preocupa. Não me parece um ato de lealdade. Tiveram bastante tempo para fazer isso e não o fizeram, e agora estão tentando fazer cortesia com o chapéu alheio”, declarou.
Ele afirmou que as medidas anunciadas não foram previstas na Lei de Diretrizes Orçamentárias e que, portanto, não podem ser tomadas sem previsão legal. “Precisam ser analisadas. Dificilmente essas atitudes partem do próprio Chico [Rodrigues], mas existem pessoas que primam por este tipo de comportamento e que infelizmente fazem parte do governo dele”, frisou.
Política
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