Política

Nicoletti afirma ser político de direita e garante oposição a novo governo

O parlamentar falou ainda que foi base do governo Bolsonaro mas mesmo assim criticou várias ações do governo.

O programa Agenda da Semana da Rádio Folha entrevistou neste domingo, 4, o Deputado Federal Antonio Nicoletti, que falou sobre o posicionamento do seu partido União Brasil em relação ao novo governo Lula.

“É um governo que entra já querendo furar o teto de gastos com essa Pec do Rombo que é como chamo, ou seja, começa esse governo de esquerda com o pé esquerdo. É um governo de esquerda, com pautas ideológicas que o União Brasil e seus parlamentares são totalmente contra e a sabemos que em algumas votações do governo elas virão. Em outras votações que não sejam ideológicas a gente precisa acompanhar o governo, pra que o governo possa aumentar alguns limites, que o governo possa repassar mais investimentos aos estados, são coisas que não serão ideológicas, que a gente vai estudar caso a caso, pra poder votar juntamente aí com o governo, mas a gente faz uma oposição inicial sim”.

Em relação a pautas importantes para o estado de Roraima, Nicoletti afirmou que vai lutar para manter o que foi conquistado para Roraima em relação a questão indígena, transferência de terras e energia.

“Vamos estudar o que não for ideológico, caso a caso, mas vamos fazer oposição sim, pois é importante ressaltar que nosso estado é conservador e temos pautas sensíveis como as demarcações indígenas, as questões ambientais, a mineração e o investimento do agro no estado. O governo Denarium conseguiu trazer investidores e agora nosso estado vai sofrer se não conseguirmos aprovar pautas importantes. Temos pautas sensíveis que estaremos atentos como as questões indígenas, questão das demarcações, questão das terras, questão ambiental. Nós temos o investimento do agro no Estado. Então o nosso estado vai sofrer se os parlamentares não fizerem oposição conjunta a esse governo que está entrando. Eu sou oposição declarada sim. Eu defendo a questão das licenças ambientais que nós temos aqui, da produção agrícola, da industrialização. Eu defendo a questão de uma mineração sustentável, é claro que essa falta de documentação gera esses impactos ambientais, gera crimes dentro dessas reservas indígenas e a gente tem projetos de lei que regulamentam essas questões. Nós, parlamentares de estado de Roraima não podemos ficar quietos frente ao que o STF tem feito, o STF tem legislado, e isso é triste. Nós somos parlamentares federais. Nós que devemos legislar, precisamos dar cara a tapa, precisamos regulamentar, legislar, para que o STF não venha fazer o que está fazendo. Nós somos eleitos pelo povo e o povo tem que cobrar os parlamentares”.

Ele falou que assim como a maioria dos políticos do União Brasil, também é totalmente contra as pautas ideológicas de esquerda. “Sou conservador, sou cristão, luto pela liberdade de expressão também e sou totalmente oposição ao presidente Lula, ao que a esquerda define como as pautas ideológicas, aqui a gente está realmente para fazer um governo para que a população possa se sentir segura nas pautas econômicas, no liberalismo, na liberdade de expressão que é muito importante, no conservadorismo, na questão de armamento, na questão das licenças ambientais”, pontuou.

“Em relação ao União Brasil, nós temos o presidente Luciano Bivar que faz essas tratativas a nível Brasil e nós sabemos hoje que dentro do União Brasil, 80 a 90% dos deputados que estão lá dentro são conservadores e são de direita. Então o posicionamento do presidente em alguma negociação com o governo Lula, não é a voz interna dentro do partido União Brasil, e ele deixa muito à vontade também os deputados federais, como deixou nas eleições, pois o partido tinha a deputada Soraya e eu tive a liberdade de apoiar o presidente Bolsonaro. Então é importante destacar aqui que independente das negociações que por ventura possam ocorrer, que eu terei minha independência aqui dentro do Estado para ser oposição ao governo Lula”, acrescentou.

Nicoletti falou ainda que foi base do governo Bolsonaro mas mesmo assim criticou várias ações do governo.

“A gente cobrou muito o governo em questões como as relacionadas a mineração que precisamos regulamentar, então não é a questão de você ser base ou não do governo, é você olhar para o seu estado. Sou representante do povo de Roraima. Então tudo o que for a favor do nosso estado, independentemente de ser posição pura, a gente vai estar ajudando o estado com honra, com sabedoria, com o diálogo. Acredito que a bancada federal que foi eleita, a gente já conseguir conversar”

Sobre a vitória do presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva, Nicoletti afirmou que se houvesse a possibilidade do voto impresso e auditável, não haveria problema, mas disse não contestar o resultado da eleição.

“Em nenhum momento pós eleição contestei a Vitória do presidente Lula. Eu não estou contestando, estou contestando que nós não aprovamos lá atrás o voto impresso para se poder auditar agora.  Eu sou a favor das manifestações pacíficas sim, das manifestações que não venham quebrar o patrimônio público, nem ofender as pessoas pois cada um é livre para ter seu pensamento”

Sobre a relação com a nova bancada federal eleita e o novo governo, Nicoletti acredita que haverá um bom entendimento pois alguns dos parlamentares serão aliados diretos do presidente Lula.

“A ideia não é ser oposição ou do governo, mas demarcar territórios de interesses do estado. Tem alguns eleitos que só não se declararam de esquerda para poder fazer uma campanha mais tranquila mas tem dois deputados federais eleitos novos que são centro esquerda que vão se declarar em breve, que são o Stelio Denner e o Albuquerque que veio da Rede. Nosso consenso é o agronegócio, é nossa preocupação e colocamos pautas importantes como a titulação de terras e a questão da segurança energética, são pontos que não abrimos mão independente de ideologia partidária. Eu acredito que a gente tem que se unir nessas pautas importante para o nosso estado e eu acho que vai haver um consenso dos deputados que estão chegando, todos eles têm uma bagagem e vamos ter nossas diferenças, interesses, mas acredito que a gente vai conseguir formar uma bancada forte no que realmente importa” concluiu