O governo federal inicia nesta quarta-feira (10) uma nova fase da operação para expulsar garimpeiros ilegais da Terra Indígena Yanomami. A informação foi divulgada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.
A nova fase será composta por dois delegados da Polícia Federal, um brigadeiro e um general das Forças Armadas, além de membros de outros ministérios que atuam nas ações dentro da reserva Yanomami.
Este grupo, conforme o ministro, vai atuar na última fase da desintrusão, classificada por ele como “complicada”, pois tratam-se de pessoas armadas. Ele também citou a presença de facções.
A fala de Dino ocorreu nesta terça-feira (9) durante a audiência pública da Comissão de Segurança Pública do Senado. O ministro foi questionado sobre as ações do governo federal pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e o senador Dr. Hiran (Republicanos-RR), diante da escalada da violência na reserva.
“Foram feitas várias janelas de saída. A imensa maioria saiu, mas alguns ficaram exatamente porque estão armados e aí infelizmente nós temos momentos em que o poder coercitivo do Estado é necessário. Nós queremos sempre o caminho conciliatório, mas obviamente quando é necessário usar a força, a PRF que a senhora [Damares] aludiu, a PF, a Força Nacional, as Forças Armadas, eventualmente tem não só possibilidade como impressibilidade de usar a força”, disse o ministro.
Violência crescente
Desde o assassinato do agente de saúde, Ilson Xirixana, de 36 anos, em 29 de abril, a violência na região se intensificou. Oficialmente, foram 14 mortes.
A presença de facções se tornou uma linha de investigação da Polícia Federal após quatro homens morrerem em confronto com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) no dia 30 do mês passado. Um deles era um membro de uma organização criminosa e foragido do Amapá.
No dia 1º de maio, oito corpos foram encontrados próximo de Uxiú, onde três indígenas, incluindo Ilson, foram baleados. No sábado (6), uma mulher foi encontrada morta em outra área, na mesma região, com sinais de violência sexual.
Até o momento, nenhuma identidade foi divulgada oficialmente pela Polícia Federal, que investiga o caso.
*Por Vanessa Fernandes