Política

Novo cenário político brasileiro deve ser polarizado

Para o cientista política Roberto Ramos, caso os partidos do centro lancem um candidato sem força política, ainda será possível ver o centro migrando para outras candidaturas

O cientista político e professor universitário Roberto Ramos disse que o cenário político deve ser polarizado, e com mudanças significativas para as eleições estaduais no próximo ano. 

“No primeiro turno, deve haver uma terceira candidatura delineada pelos partidos de centro. Nós estamos assistindo o centro político ainda indefinido, mas deve apresentar uma alternativa. Mas, é provável que Lula e Bolsonaro como candidatos, esvaziem o centro, tanto o primeiro quanto o segundo turno, em uma polarização que será definida entre a direita e a esquerda. Serão dois modelos de gestão com duas figuras de fortes personalidades políticas, onde o eleitor já conhece o modo de gestão. Não serão candidatos que serão desconhecidos do público e virão com uma nova aposta”, explicou Ramos.

Para Ramos, caso os partidos do centro lancem um candidato sem força política, ainda será possível ver o centro migrando para outras candidaturas, seja direita e esquerda.

“Acredito que irá depender da agenda econômica dos dois candidatos. Cada um irá apresentar sua proposta de governo, e também do ponto de vista da capacidade de diálogo em que se possa ter entre o candidato de oposição, que nesse caso é o Lula, ou como nas promessas que possam ser feitas em um rearranjo político ao lado do Bolsonaro, candidato a reeleição. É importante ressaltar que quem está no poder tem a máquina ao seu favor, e pode estabelecer uma série de compromissos a partir da máquina de governo”, disse.

O cientista também comentou a possibilidade de Sérgio Moro concorrer como candidato à presidência.

“Ele já tinha uma rejeição dos eleitores pró-esquerda, e após romper com Bolsonaro também ganhou uma desconfiança daqueles que se identificam com o Bolsonaro. E digamos que no campo da política há sempre aquele questionamento de quem tem uma posição e muda de lado. Fica difícil ter a credibilidade de políticos que tenham um projeto para o país”, comentou Roberto Ramos.