Momentos antes de a imprensa nacional repercutir a declaração de José Múcio, de que não permitirá a investida venezuelana pelo Brasil, o ministro da Defesa esteve com o deputado federal Duda Ramos (MDB-RR) para discutir a possível tensão na fronteira com a Venezuela.
Para chegarem à Guiana, as tropas venezuelanas teriam que percorrer 350 quilômetros do território brasileiro, passando por Pacaraima, Normandia e Bonfim. O Exército Brasileiro, inclusive, já montou um acampamento no trecho da rota terrestre, para reforçar a segurança na fronteira com o País vizinho.
Ao ministro, o parlamentar de Roraima revelou a preocupação do povo roraimense sobre a crise na disputa da região de Essequibo entre Guiana e Venezuela, e a conversa resultou em mensagem tranquilizadora para os moradores locais.
Na reunião, Múcio demonstrou firmeza em relação à situação delicada na fronteira, ressaltou que o governo brasileiro vai preservar a integridade territorial do País e que a condução do problema passa pela diplomacia e pelas mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo o ministro, Lula defende uma saída pacífica. “Nossa diplomacia e o Itamaraty estão atuando proativamente. Reforçamos nossos contingentes para garantir a integridade de nosso território”.
O ministro da Defesa enfatizou que o governo não permitirá “agressões entre vizinhos” dentro do Brasil, e que “a solução será buscada através da negociação, e reuniões já estão em andamento através do Itamaraty”.
Duda Ramos concluiu a conversa ao se comprometer a trabalhar “de forma unida para assegurar não apenas a segurança, mas também a estabilidade crucial para o bem-estar de nossa população”.
Na quinta-feira, o presidente guianense Irfaan Ali e o ditador venezuelano Nicolás Maduro vão se encontrar na ilha caribenha São Vicente e Granadinas para discutir a disputa pelo território de Essequibo. O Brasil será o observador da reunião – Lula foi convidado, mas mandará o assessor da Presidência da República, Celso Amorim, para representá-lo.