Política

Ongs reagem após troca de direção do departamento de HIV

A exoneração de Adele Benzaken ocorre dias após o ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, falar da necessidade de estimular a prevenção sem ofender as famílias

A exoneração da diretora do departamento de HIV/Aids e Hepatites Virais, Adele Benzaken,  pelo Ministério da Saúde (MS), começa a provocar reações das entidades que representam especialistas e portadores de HIV, que pedem a permanência da médica sanitarista no cargo.

A decisão do MS ocorre semanas após a retirada da cartilha voltada para homens trans e da necessidade de voltar a estimular o combate ao HIV, “mas sem ofender as famílias”.

Em ofício encaminhado ontem, 10, ao ministro Luiz Henrique Mandetta, o Fórum de ONG/Aids de São Paulo, afirmou que Benzaken ajudou o país a retomar lugar de destaque na resposta à epidemia e trabalhou pela expansão de outros métodos preventivos ao HIV.

“Mais recentemente, também, a campanha governamental de conscientização da importância da prevenção do HIV ajudou a difundir – sem ofender as famílias – as conclusões dos resultados de estudos científicos sobre o ‘indefectível’ = intransmissível, que incentiva a adesão do tratamento antirretroviral pelas pessoas vivendo com HIV”, destacou.    

Infectologistas e representantes de outras entidades, como a Anaids, também manifestaram preocupação com a decisão. A exoneração de Adele deve ser publicada nos próximos dias no Diário Oficial da União (DOU) e a coordenação deve ser ocupada pelo diretor-substituto do departamento, o médico epidemiologista Gerson Pereira.

*INFORMAÇÕES: Jornal Folha de São Paulo.