Política

Oposição buscará revogação do mandato de Maduro

Socialistas do Governo são derrotados após 16 anos de luta da oposição

Os venezuelanos celebraram nesta segunda-feira, 7, uma vitória expressiva dos políticos oposicionistas sobre o atual Governo de Nicolás Maduro, nas eleições legislativas do país.

No total, 19,5 milhões de venezuelanos foram às urnas, no último domingo, 6, e elegeram 167 legisladores da Assembleia Nacional para um período de cinco anos, assumindo no dia 5 de janeiro de 2016, com a grande maioria buscando trabalhar uma Lei de Anistia para libertar os presos políticos do país.

A oposição venezuelana derrotou os socialistas do governo e conquistou a maioria do Legislativo, pela primeira vez em 16 anos, formando uma plataforma para desafiar o presidente Nicolás Maduro.

Com 96,03% das urnas apuradas, a aliança de oposição Mesa da Unidade Democrática conquistou 99 assentos na Assembleia Nacional, enquanto os socialistas ficaram com 46 das 167 cadeiras, de acordo com a comissão eleitoral.

O encerramento das eleições estava previsto para ocorrer às 18h (20h30 em Brasília), atrasou mais de duas horas. A demora provocou troca de acusações entre o governo e a oposição.

Opositores acusaram o governo de desrespeitar a lei e tentar tumultuar ou fraudar as eleições, enquanto situacionistas dizem que a oposição quer impedir alguns eleitores de exercerem seu direito ao voto.

O fechamento das mesas de votação começou uma hora depois das 18h (horário local, 20h30 em Brasília) previstas, embora o CNE ainda não tinha anunciado passadas as 21h (23h30) o encerramento de todos os colégios.

CRISE NA VENEZUELA

É a primeira vez que a oposição sai vitoriosa no Parlamento desde que ele foi criado, no ano de 2000, após a dissolução do antigo Congresso.

Levar a maioria dos 167 assentos da Assembleia Nacional não dá à oposição o poder de reformar a economia em dificuldades liderada pelo Estado.

Mas quebra a aura de invencibilidade eleitoral do Partido Socialista, encorajando a oposição a buscar a revogação do mandato de Maduro em 2016.

Ele deve ficar na presidência até o início de 2019, mas os opositores podem tentar destituí-lo por meio de um referendo, com coleta de assinaturas.

Com dois terços dos assentos, a oposição teria a chance de demitir ministros, bem como diretores do Conselho Nacional Eleitoral, acusados de favorecer chavistas.

Além disso, com uma maioria simples, os legisladores poderiam votar uma lei de anistia para buscar a libertação de presos políticos, como Leopoldo Lopez, preso em 2014 por liderar protestos antigoverno.

Poderiam, também, abrir investigações de agências estatais, interrogar ministros e pressionar pela publicação de indicadores econômicos como a taxa de inflação, que foram mantidos em segredo conforme a economia degringolava.

Com informações de O Globo