Política

Para evitar protestos, deputados da base governista obstruem votações

Os deputados da base aliada do Governo do Estado na Assembleia Legislativa protocolaram ontem, 11, documento na Mesa Diretora da Casa em que justifica o esvaziamento das sessões plenárias. Eles atribuem a atitude à “grave perturbação constantemente causada nas galerias da Casa Legislativa, que passaram a fazer uso deste recinto para incentivar e impulsionar as manifestações ocorridas nos últimos tempos, constrangendo estes parlamentares a todo momento.”

Em entrevista à Folha, o líder da base do Governo na Assembleia, deputado Brito Bezerra (PP), afirmou que a obstrução de votação foi a maneira encontrada pelo grupo para manifestar insatisfação contra o que chamou de “manobras feita pelo G13”. “Quando os deputados governistas se manifestam, seja a favor ou contra qualquer projeto, essas pessoas fazem um coro de vaias, de gritos, palavras pejorativas e gestos ameaçadores contra nós”, disse.

Brito lembrou o Regimento Interno da Casa e assegura que o parlamentar tem a prerrogativa da livre manifestação. “Nos é garantida a segurança e também a ordem durante nosso pronunciamento, o que não está acontecendo. Pedimos por várias vezes providências por parte da Mesa Diretora, que é a principal interessada em que essas manifestações não-ordeiras continuem acontecendo, com o único propósito de constranger os deputados da base aliada do governo”, assegurou.

O líder governista disse ainda que a obstrução é um direito garantido no Regimento Interno da Casa. “Não somos de forma alguma obrigados a servir de chacota para deputados e seus seguidores”, comentou. Quanto à crítica de deputados do G13, Brito afirmou que são “falas meramente politiqueiras.”

Questionado sobre os projetos de lei de autoria do Governo do Estado que estão sendo aprovados sem a presença da base aliada, Brito lembrou que há projetos que estão na Casa há mais de seis meses sem sequer serem pautados. “Agora [os projetos de lei] servem de pretexto para o grupo adversário ao Governo fazer chamamento de forma demagoga, dizendo se tratar de projetos importantíssimos e que a base rejeita isso por não estar presente na hora do voto. A verdade é que os projetos que estão sendo pautados poderiam ter sido votados há meses e só agora, para que o achincalhamento continue a acontecer, eles usam como pauta”, frisou.

O parlamentar governista salientou ainda que, em sessão extraordinária realizada na tarde de quinta-feira, os deputados que compõem a base participaram da sessão e votaram. “Durante a sessão extraordinária, não há a presença destas pessoas arregimentadas por este grupo para fazer um coro de vaias e que estão servindo apenas para acusar e atrapalhar o Governo do Estado, visando de forma muito antecipada as eleições de 2018”, citou.

ALE – Em nota, a Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Roraima esclareceu que não procedem as informações prestadas à imprensa pelos deputados, membros da base governista de que estariam sendo vítimas de um suposto “movimento orquestrado” por um dos blocos partidários, para sofrerem qualquer tipo de constrangimento durante seus pronunciamentos.
Informou ainda que as sessões plenárias são abertas à participação popular e que os atos ou movimentos com intuito de constranger deputados são prontamente coibidos pela Mesa Diretora, que tem mantido a ordem em plenário.

“Finalmente é importante destacar que, não obstante a tentativa de obstrução por parte da base governista, nas Sessões Plenárias desta semana, quase 30 projetos de autoria de outros Poderes, sendo a grande maioria de autorização para abertura de crédito suplementar para o Governo do Estado aplicar em diversas áreas, foram aprovados pelos deputados”, concluiu.

G-13 – A Folha tentou também contato com o líder do G13, deputado George Melo, na tarde de ontem, mas não obteve retorno. (V.V)