Política

Parlamentares cobram rigor na fronteira

Dentre as principais demandas apresentadas ao vice-presidente, General Hamilton Mourão (PRTB), durante sua visita ao Estado, está a necessidade de investimentos nas áreas de saúde, educação, segurança pública e infraestrutura. 

O vice-presidente participou de uma reunião no início da tarde de ontem, 12, que contou com a presença do governador Antonio Denarium (sem partido), secretários de Estado, o presidente da Assembleia Legislativa de Roraima, Jalser Renier (SD); deputados estaduais; o presidente da Câmara Municipal de Boa Vista, Mauricélio Fernandes (MDB) e o prefeito de Pacaraima, Juliano Torquato (Republicanos).

À Folha, o governador Antonio Denarium (sem partido) informou que repassou os impactos da migração venezuelana em Roraima ao vice-presidente e que, embora o Ministério da Defesa e o Exército Brasileiro estivessem executando o trabalho de acolhimento aos migrantes, o Estado ainda é a porta de entrada dos venezuelanos ao Brasil e, por isso, recebia o maior impacto nos serviços.

“O Estado de Roraima está atuando em parceria com o Governo Federal fazendo todo o atendimento público na saúde, educação, segurança pública e na infraestrutura. Estamos recebendo o nosso vice-presidente que tenho certeza que vai ser mais um parceiro do Estado, junto com o nosso presidente Bolsonaro, para que sejam feitos investimentos em infraestrutura no Estado de Roraima, para fazer o acolhimento aos venezuelanos que procuram o nosso Estado por trânsito e para residência”, afirmou.

Além das demandas apresentadas pelo Governo, Denarium explicou ainda que o vice-presidente deverá escutar as problemáticas da população que vive na fronteira com a Venezuela, durante visita ao município de Pacaraima nesta quinta-feira, 13.

“Vamos receber uma comissão de moradores de Pacaraima para conversar com o vice-presidente onde eles poderão falar sobre as suas dificuldades e o impacto que a população vem vivendo”, completou Denarium.

O prefeito de Pacaraima, Juliano Torquato (PRTB), informou que a principal discussão com o vice-presidente foi a questão da segurança no município que, segundo ele, aumentou consideravelmente desde o aumento da migração. “Tem uma demanda que não está sendo atendida pela Operação Acolhida e das organizações não governamentais, que fica a cargo do Estado e dos municípios, que é a questão da segurança. Infelizmente, não estamos conseguindo atender à demanda de combater a criminalidade”, declarou.

Além disso, o prefeito informou que também fez solicitações ao Governo do Estado, como o apoio na segurança do município, o aumento do efetivo da Polícia Militar na região e auxílio no transporte escolar para a escola estadual Cícero Vieira Neto (CVN). A informação é que o governador irá conceder um reforço ao efetivo, realizar a reforma da delegacia da região e encaminhar um ônibus para uso dos estudantes, informou Torquato.

Presidente da ALE-RR cobra maior controle na fronteira

O presidente da Assembleia Legislativa, Jalser Renier (SD), também esteve presente na reunião com o vice-presidente, onde entregou um ofício ao General Mourão pedindo por ações mais efetivas do Governo Federal em benefício da população roraimense, como um controle mais efetivo na fronteira.

No ofício, o presidente ressalta que a sociedade de Roraima sente os impactos da migração venezuelana desde 2014, com conflitos no sistema prisional e na saúde pública. Porém, com o agravamento da crise econômica no país vizinho, a situação se tornou insustentável, avalia Jalser.

O deputado lembrou ainda o recente caso de conflito na fronteira e outras manifestações anteriores, que deixaram um clima de tensão em Pacaraima. Embora reconheça que a Operação Acolhida contribuiu para a gestão da crise, o presidente da Assembleia reforçou a importância de efetivar um maior controle da entrada de imigrantes na fronteira, com a seleção de pessoas sem antecedentes criminais e também de um controle sanitário.

Além disso, o presidente da ALE-RR solicitou que fosse priorizada a contratação de servidores do ex-Território Federal de Roraima, que foram enquadrados na Emenda Constitucional nº 98, para suprir as demandas dos setores deficitários em recursos humanos como a Previdência Social, o IBAMA, o DNIT e a própria Operação Acolhida.

“Por fim, enfatizo que estamos dispostos a acolher, dentro das nossas possibilidades, como temos feito até então, mas entendemos que agora é a hora de os roraimenses terem novamente seus direitos fundamentais respeitados, conforme rege a Constituição Federal. Não nos eximindo da responsabilidade que nos cabe, reiteramos que esta dívida é de todos, pois somos todos humanos”, finalizou o presidente da Assembleia. (P.C.)