Os parlamentares federais de Roraima repercutiram nesta quinta-feira, 02, a Medida Provisória nº 880/19 assinada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), que abriu crédito extraordinário de R$ 223,85 milhões para atividades de assistência e acolhimento humanitário de venezuelanos. Embora com opiniões distintas, os representantes concordaram com o ponto de que é necessário repasses para o poder executivo estadual e municipal.
Para o senador Mecias de Jesus (PRB) o Governo Federal não está sendo justo com Roraima, já que há meses se espera que a União faça o acordo ordenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e devolva para Roraima cerca de R$ 160 milhões que foram retirados de outras fontes para atender gastos com venezuelanos na saúde, educação e segurança.
(Foto: Diane Sampaio/FolhaBV)
“Apesar disso, para nossa surpresa, no momento em que o conflito recrudesce na Venezuela, o Governo Federal anuncia o envio de mais R$ 223 milhões de reais para o Ministério da Defesa manter a Operação Acolhida. Diante disso vamos pedir que a mesma agilidade seja usada para atender os outros pedidos de Roraima”, afirmou.
A avaliação do senador Chico Rodrigues (DEM) é de que os valores repassados são muito elevados, mas são necessários em razão do fluxo migratório que se vive no Estado e o trabalho desenvolvido pela Operação Acolhida, lembrando das condições em que muito dos migrantes viviam antes da atuação do Exército Brasileiro.
“Tem que se imaginar a quantidade de venezuelanos morando nas ruas de Roraima, causando preocupação para a população. Sem a Operação Acolhida, no meu entendimento, seria um caos, podendo levar à convulsão social na Capital”, declarou Rodrigues.
O senador ressaltou que agora cabe à bancada roraimense, através da sua coordenação, mobilizar uma articulação junto ao Ministério da Economia para ver a possibilidade de compensação financeira para o Estado em função dos impactos na segurança, saúde e educação. “Roraima tem prestado todos esses serviços aos venezuelanos e é preciso que o Governo Federal compreenda que o Estado está mergulhado em uma crise”, completou.
Já Telmário Mota (Pros) avaliou a decisão do presidente Jair Bolsonaro como “muito infeliz”. Para o parlamentar, ao invés do envio de recursos para a Operação Acolhida e apoio ao líder da oposição Juan Guiadó, era preciso que o Governo Federal atuasse na contenção da crise com a Venezuela, principalmente por conta do antigo acordo de fornecimento de energia.
(Foto: Nilzete Franco/FolhaBV)
“Em Roraima nós estamos com crises que precisam ser resolvidas. Se a gente pacificar com a Venezuela, a energia vem de lá. Está tudo encaminhado. Essa migração, esse acolhimento, é um absurdo. O presidente [Bolsonaro] quer porque quer guerra, derrubar o presidente da Venezuela. Ou seja, está andando na contramão. Foi uma decisão infeliz, que prejudica o povo de Roraima e tem o meu repúdio total”, avaliou Telmário.