Parlamentares denunciam suposta ameaça e uso de máquina pública nas eleições 2024

Reclamações foram apresentadas durante sessão na ALE-RR. Governo ainda não comentou as declarações dos deputados

Sessão da Assembleia Legislativa de Roraima nesta terça-feira (Foto: Nonato Sousa/SupCom ALE-RR)
Sessão da Assembleia Legislativa de Roraima nesta terça-feira (Foto: Nonato Sousa/SupCom ALE-RR)

Os deputados Dr. Cláudio Cirurgião (União Brasil) e Jorge Everton (União Brasil) denunciaram supostas irregularidades envolvendo o Governo de Roraima na campanha eleitoral 2024. A reclamação inclui até uma suposta ameaça referente ao pedido de impeachment do governador Antonio Denarium (Progressistas).

As informações foram apresentadas pelos parlamentares durante sessão plenária de terça-feira (3), na Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR). Primeiramente, Cirurgião alegou que recebeu uma ameaça, através de um assessor, por conta da formação da comissão especial que vai analisar o pedido de impeachment de Denarium.

Ele afirmou que houve uma mudança repentina de estratégia do Governo e a deputada Catarina Guerra (União Brasil) colocou-se como pretensa candidata a participar da comissão especial. Porém, manteve sua opinião e que isso teria motivado a perseguição.

“Se antes já havia um acordo interpartidário, por que mudou? E queriam que eu voltasse atrás na minha palavra, só que escolheram o deputado errado. Eu não voltei com a minha palavra. Por essa minha postura, recebi uma ameaça, através de um assessor meu, que eu iria sofrer as consequências e ia saber o que era ser oposição ao Governo a partir de outubro”, declarou o parlamentar.

O deputado estadual Dr. Cláudio Cirurgião (Foto: Marley Lima/SupCom ALE-RR)

A outra denúncia, de Jorge Everton, aponta o suposto uso indevido de viaturas da Polícia Militar (PM) em Mucajaí e a demissão de uma servidora em Iracema, por não apoiar o candidato do governador à Prefeitura, Edinho Pereira (Progressistas), presidente da Câmara Municipal.

Segundo Everton, viaturas da PM estariam sendo utilizadas com intuito eleitoral em Mucajaí, com objetivo de alegar que a prefeita Eronildes Gonçalves (Solidariedade) não estava entregando obras públicas. 

Segundo documento apresentado na sessão com registro de fotos, os policiais militares teriam feito imagens das obras e as informações foram compartilhadas em grupos políticos. A identificação da viatura e da farda do servidor teria sido possível em razão do reflexo do espelho retrovisor do veículo.

“Nós não podemos aceitar que uma instituição tão respeitada quanto a Polícia Militar seja usada para fazer politicagem, usando viatura pública, dinheiro público, para intimidar e propagar fake news. Essas fotos foram tiradas com intuito de alegar que a prefeita não estava entregando as obras, mas essas placas o próprio Ministério pede que não retire as placas depois da inauguração para que fique registrado que aquela obra é do Governo Federal. E eles estão tirando, divulgando nos grupos políticos e é assustador”, declarou Everton.

Com relação à exoneração da servidora, o parlamentar alegou que a demissão teria sido feita à esposa de um candidato a vereador em Iracema, que foi desligada do Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito, órgão de trânsito municipal ligado ao Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RR). Segundo Everton, “havia uma determinação do governador de exonerar a esposa dele, a não ser que ele voltasse atrás na decisão de apoiar a candidata”.

O deputado estadual Jorge Everton (Foto: Marley Lima/SupCom ALE-RR)

Frente às informações apresentadas pelos parlamentares, a Folha entrou em contato com o Governo de Roraima sobre os questionamentos, mas não obteve retorno até o presente momento. 

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