Política

Pesquisa Ibope provoca mudança de estratégias no grupo governista

Em reunião convocada com candidatos, Jucá pediu maior empenho dos candidatos proporcionais na hora de pedir voto para a chapa majoritária

O resultado da pesquisa Ibope, divulgado na noite da terça-feira, 12, causou uma mudança de estratégias na campanha eleitoral do grupo governista, encabeçado pelo governador Chico Rodrigues (PSB), que concorre à reeleição. Prova disto foi uma reunião realizada na noite da quarta-feira,  à noite, no auditório de uma instituição de ensino particular, com candidatos a deputado estadual e federal da Coligação Roraima Unida. O Ibope apontou Chico em segundo lugar, empatado com a senadora Ângela Portela (PT), com 27% da intenção de votos. Neudo Campos (PP) aparece na frente, com 32%.
O encontro, comandado pelo senador Romero Jucá (PMDB), um dos coordenadores da campanha e pai do candidato a vice-governador, deputado Rodrigo Jucá (PMDB), teve por objetivo pedir maior empenho dos candidatos proporcionais na hora de pedir voto para a chapa majoritária. Também foram discutidas questões logísticas do trabalho em campo, como a liberação de combustível, por exemplo.
A mostra de que o resultado da pesquisa foi um dos motivadores da reunião foi o tempo utilizado por Jucá para tratar do tema. Ele afirmou que a pesquisa de intenção de votos do Ibope (Inteligência, Pesquisa e Consultoria Ltda), contratada pela TV Rádio do Amazonas e divulgada pela TV Roraima, retransmissora da Rede Globo, “não representa a realidade”.
De acordo com o parlamentar, o estudo teria ouvido 812 pessoas apenas nos municípios de Boa Vista, Mucajaí, Rorainópolis e Caracaraí. Segundo ele, em três deles Chico Rodrigues tem menos popularidade. “Em Boa Vista, Chico está em primeiro lugar e, nos demais municípios, onde a pesquisa foi realizada, está em terceiro. Mas no restante do Estado a população é Chico, então, não estamos preocupados com o resultado desta pesquisa”, declarou Jucá.
Apesar do tom motivador, o senador convocou os integrantes da coligação a saírem às ruas para pedir votos para o governador. “Lugar de candidato não é em comitê e nem em gráfica esperando a impressão de material de campanha; é na rua, pedindo voto”, afirmou.
Sobre esta questão prática da campanha, disse que todo o material gráfico dos candidatos aos cargos de deputado estadual e deputado “ficará por conta dos partidos integrantes da coligação Roraima Unida”. “Iremos pagar as despesas com a verba arrecadada para a campanha”, disse o senador.
Sobre outro tipo de apoio, afirmou que os candidatos a deputado terão direito a uma cota semanal de 40 litros de combustível para realizarem a campanha. “Queremos os candidatos nas ruas e no interior do Estado pedindo voto”, disse.
Embora tenha declarado não acreditar no resultado da pesquisa Ibope, Romero Jucá destinou parte da sua fala ao primeiro colocado, Neudo Campos. Afirmou que este não irá concorrer às eleições, pois a candidatura do ex-governador não foi deferida pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). “Ele não foi aprovado nem pelo TRE, que dirá pelo Tribunal Superior Eleitoral [TSE]. Se a população quiser desperdiçar o voto, que vá em frente”, disse o senador.
Em relação à candidata Ângela Portela, Jucá afirmou que ela já teve a oportunidade de trabalhar pelo Estado quando foi secretária da Setrabes (Secretaria Estadual de Trabalho e Bem Estar Social). “Ela também já teve a oportunidade de realizar trabalhos relevantes enquanto primeira-dama, mas a administração de seu esposo, o então governador Flamarion Portela, não foi uma das melhores, pois teve o mandato cassado três anos após a posse”, declarou.
Para finalizar, elogiou o filho, Rodrigo Jucá, e disse que ele “será eleito por votos da população, e não pela influência do pai”. “Tenho orgulho de meu filho, pois foi o único que seguiu a minha carreira. Quando Chico for eleito, dobrar-me-ei em trezentos para conseguir recursos para desenvolver o Estado, pois agora terei uma motivação”, disse.
SENADOR – Procurado pela Folha, o senador Romero Jucá informou, por meio da sua assessoria de imprensa, que “a reunião com os candidatos a deputado estadual e federal estava marcada há uma semana, antes mesmo de sair o resultado da pesquisa Ibope”. Alegou que, por se tratar de uma campanha curta, foi adotada uma estratégia programada para os candidatos irem às ruas em busca de votos.