Política

PF cumpre mandado de busca e apreensão na casa de secretário de Roraima

As ações fazem parte da operação deflagrada hoje, em conjunto com o MPF, que cumpriu 53 mandados de busca e apreensão expedidos pelo STF, referentes a processos instaurados a partir de provas obtidas na Operação Lava Jato.

O secretário estadual de Articulação Institucional e Promoção de Investimentos de Roraima, João Pizzolatti (PP), é um dos alvos de ao menos dois dos cinco mandados de busca que a Polícia Federal realiza em Santa Catarina, estado onde mora Pizzolatti. Trata-se da primeira fase da Operação Lava-Jato em cumprimento a mandados expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da investigação contra políticos com foro privilegiado.

Conforme os jornais locais de Santa Catarina, agentes da PF foram ao sítio do secretário em Pomerode, município a 156 km da capital, além de seu apartamento em Balneário Camboriú. O outro município que teve mandados cumpridos foi Penha, no Litoral do Estado.

Um dos jornais do estado, o Diário Catarinense divulgou que dois carros da Polícia Federal (PF) chegaram à residência do secretário Pizolatti em Pomerode, por volta das 8h30min. Na residência mora a ex-mulher do secretário e é usada também como pousada de luxo. Com campo de futebol, piscina, lagoa, capela e uma casa de dois andares, o sítio fica a mais de dois quilômetros das últimas casas da rua, com uma visão privilegiada do vale e um portão de ferro que marca o número da residência: 1111, dígitos usados por Pizolatti nas eleições para deputado federal.

No sítio de Pizzolatti, a PF não encontrou ninguém para responder aos mandados. Por isso, usou duas testemunhas locais para acompanhar a ação no local. Essas pessoas, que preferiram não se identificar, relataram aos repórteres que foram apreendidos documentos, celulares, uma agenda e uma arma.

As ações fazem parte da operação deflagrada nesta terça-feira, em conjunto com Ministério Público Federal (MPF), que cumpriu 53 mandados de busca e apreensão expedidos pelo STF, referentes a seis processos instaurados a partir de provas obtidas na Operação Lava Jato.

Os mandados foram expedidos pelos ministros Teori Zawascki, Celso de Mello e Ricardo Lewandowski e estão sendo cumpridos no Distrito Federal (12), Bahia (11), Pernambuco (8), Alagoas (7), Santa Catarina (5), Rio de Janeiro (5) e São Paulo (5). Cerca de 250 policiais federais participam da ação.

Os investigados, na medida de suas participações, respondem a crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, fraude a licitação, organização criminosa, entre outros. O nome da operação, Politéia, em grego, faz referência ao livro “A República” de Platão, que descreve uma cidade perfeita, onde a ética prevalece sobre a corrupção.

Em entrevista à reportagem do Jornal de Santa Catarina, Pizolatti disse que irá colaborar, mas criticou a operação: “Defendo qualquer forma de investigação, mas critico a maneira truculenta com que foi feita”.

O político é citado em depoimentos da Operação Lava-Jato: em seu depoimento à Justiça Federal, o ex-diretor Paulo Roberto Costa afirmou que do total recebido ilegalmente, R$ 5,5 milhões teriam ido para Pizzolatti. Em maio o ex-deputado negou ao Santa a possibilidade da existência de qualquer prova contra ele. Atualmente o ex-deputado é secretário especial de Relações Institucionais e Motivação do Investimento em Roraima.

Com informações dos jornais Diário Catarinense e Jornal de Santa Catarina