Há pouco mais de dois meses, dois moradores de rua de origem venezuelana foram assassinados enquanto dormiam nas ruas da capital, Boa Vista. Um deles, numa parada de ônibus do bairro Santa Tereza, foi atacado a golpes de martelo, fato que ocorreu no dia 13 de julho. A segunda vítima, o venezuelano Alexander Jose Hernandez, de 51 anos, foi morto a pauladas no dia 28 de agosto, em frente a uma loja na avenida Ataíde Teive, bairro Asa Branca. Nas primeiras horas da manhã dessa segunda-feira, 16, outro morador de rua foi assassinado na mesma avenida, mesmo bairro e da mesma maneira.
Populares encontraram o corpo de um homem, brasileiro e identificado como Ricardo Nunes de Castro, 43 anos, rodeado de muito sangue, em frente uma loja especializada em venda de roupas.
Quando a guarnição da PM chegou ao endereço, constatou a veracidade dos fatos e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para fazer uma avaliação do caso. Os socorristas descobriram que o homem tinha afundamento craniano, que possivelmente tenha sido causado por uma barra de ferro, e duas perfurações no rosto.
Nos bolsos das vestes do homem, nenhum documento foi encontrado, por isso não foi identificado pelos policiais num primeiro momento. Os procedimentos de perícia foram realizados e ao fim dos trabalhos o rabecão do Instituto de Medicina Legal (IML) fez a remoção.
Agentes da Delegacia Geral de Homicídios (DGH) estiveram presentes no local dos fatos para dar início às investigações. A loja disponibilizou as imagens de câmeras de segurança que registraram o exato momento do crime. O vídeo mostra que o homicídio ocorreu por volta das 2h30 da madrugada dessa segunda-feira, ocasião em que um homem moreno, alto, trajando camisa listrada na horizontal, bermuda jeans preta, boné com uma espécie de capuz e tênis, se aproxima e dá três golpes na cabeça da vítima. Menos de dois minutos depois, ao perceber que a vítima ainda está viva, ele volta novamente, dá os dois últimos golpes e foge. Como estava dormindo, Ricardo não esboçou qualquer reação.
O Relatório da PM foi entregue para a Polícia Civil dar solução para o caso e o delegado titular da DGH, Cristiano Camapum, decidiu divulgar parte das imagens para que a população possa auxiliar com informações e consequentemente nas investigações, no sentido de identificar o autor do crime. Quem quiser ajudar a Polícia deve ligar para o número 181 e fazer denúncia.
A vítima foi identificada pelo perito Anderson Costa, do Instituto de Identificação Odílio Cruz (IIOC), mas até o começo da noite de ontem, nenhum familiar compareceu para fazer a liberação do corpo para funeral e sepultamento.
Ricardo é natural de Manaus, filho de Reinaldo Severino de Castro e Rosineide Nunes Pereira. Camapum explicou que a Polícia Civil está investigando para saber se os crimes dos últimos dois meses têm relação com a morte registrada nesta segunda-feira, considerando as semelhanças que há entre os três homicídios. (J.B)