Em sessão extraordinária convocada por cinco vereadores aliados, Wagner Nunes (Republicanos) e Irmão Max (Progressistas) foram empossados prefeito e vice-prefeito de Alto Alegre na tarde desta sexta-feira (24). Lotada pela população, a cerimônia na Câmara Municipal foi realizada no mesmo dia da diplomação dos eleitos no pleito suplementar de 28 de abril.
Nunes e Max assinaram o termo de posse para governar o Município até 31 de dezembro de 2024 e juraram, na tribuna do parlamento, cumprir as constituições e legislações vigentes.
Ao tomar posse, Wagner Nunes agradeceu aos aliados, aos eleitores e a Deus pela “honra” da nova missão. “Alto Alegre precisa sair das páginas policiais”, afirmou. “Isso que vocês podem esperar do Wagner e do Irmão Max: muito trabalho para que possamos reconstruir o nosso Alto Alegre”, discursou.
Em seu discurso, marcadamente religioso, Irmão Max parabenizou os cinco parlamentares que convocaram a reunião, agradeceu aos eleitores de Alto Alegre e disse que desde a eleição tem lido a Bíblia Sagrada para definir o momento em que vivem.
“Seremos o prefeito da sede do Município, comunidades indígenas, vilas e vicinais. Nosso compromisso e lema é trabalho, coragem e determinação. Vamos trabalhar incansavelmente. Nossa missão é trabalho, é trabalho, é trabalho, e que Deus nos abençoe”, declarou Max.
Sem o então prefeito interino Valdenir Magrão (MDB) e o então presidente interino da Casa, Kiko Melo, a posse contou com os vereadores Assis Pedroso, Cuamba, Chaguinha Lourenço, Fábio Costa e Josué da Horta – cinco dos nove parlamentares. A cerimônia foi realizada após intenso debate entre edis aliados de Wagner Nunes, e Kiko Melo, aliado de Valdenir Magrão, sobre se a solenidade seria realizada nesta sexta.
Antes da diplomação, a Câmara Municipal de Alto Alegre havia anunciado a cerimônia de posse para 24 de junho. No entanto, a Folha apurou que o Ministério Público de Roraima propôs um acordo entre o Legislativo e a Justiça de Alto Alegre para diminuir o acirramento no Município em torno da situação, e os Poderes teriam concordado que a posse fosse no dia 7 de junho para possibilitar uma transição ordenada entre a atual e a nova gestão.
Antes da sessão iniciar, Wagner Nunes, Irmão Max e seus aliados se trancaram com Kiko Melo por uma hora em um gabinete da Casa para chegar a um acordo sobre a solenidade de posse ser realizada nesta sexta.
Também estavam na sala os cinco vereadores aliados do novo prefeito, o senador Mecias de Jesus (Republicanos), os deputados estaduais Marcos Jorge (Republicanos) e Tayla Peres (Progressistas), o presidente da Câmara Municipal de Boa Vista, vereador Genilson Costa (Republicanos), e o prefeito de Bonfim, Joner Chagas (Republicanos).
Às 14h07, assessores da Câmara começaram a abrir o plenário para a entrada da população – parte dela ficou nos corredores da casa, enquanto uma multidão acompanhou a sessão das janelas da Casa. Desde a manhã, a Polícia Militar esteve em frente ao Poder Legislativo para garantir a ordem no local.
Após a posse, Mecias de Jesus convocou a população para ir até a sede provisória da Prefeitura de Alto Alegre, dois quarteirões distante da Câmara, para oficializar a transição administrativa. No local, já havia cinco viaturas da PM. O prédio estava fechado. Wagner Numes e Irmão Max foram ao cartório oficializar a posse e viajaram para resolver pendências em Boa Vista.
Quem é o novo prefeito
Wagner de Oliveira Nunes nasceu em 24 de maio de 1977, na cidade de Governador Valadares (MG). É filho de Sebastião Osorio de Oliveira e Eni Nunes de Oliveira, e tem 14 irmãos. Sua família tem ligação com a Agricultura e mora há mais de 30 anos em Alto Alegre.
Foi secretário municipal de Ação Social e de Meio Ambiente e Turismo, além de chefe de gabinete da Prefeitura do Município. Wagner Nunes disse ter recebido a “bênção” dos pais para entrar na política e “aproveitar a oportunidade de transformar Alto Alegre num Município forte e desenvolvido”.
Ele já disputou cinco eleições, tendo sido eleito uma vez como vereador da cidade para mandato de 2009 a 2013. Em 2020, concorreu para prefeito, recebeu 34,27% dos votos, mas acabou em segundo lugar na disputa vencida por Pedro Henrique Machado (45,68%).
Atualmente, ele é professor de Ensino Fundamental na rede estadual de ensino, produtor rural e está terminando o curso de Engenharia Civil. É casado há 19 anos e tem um filho. À Justiça Eleitoral, ele declarou possuir um imóvel residencial de R$ 300 mil.