A situação financeira da Universidade Estadual de Roraima (UERR) e a aplicação dos recursos destinados à unidade de ensino foram temas da entrevista da presidente da Seção Sindical dos Docentes da UERR (Sinduerr/Andes/SN), Laurinete Silva, durante o programa Agenda da Semana neste domingo, 13, na Rádio Folha 100.3 FM. A professora afirma que é preciso ter mais diálogo para que a universidade possa produzir conhecimento para toda a sociedade.
A professora do curso de Serviço Social informou que atualmente são mais de 150 professores e professoras para atender cerca de 2 mil alunos matriculados regularmente em 25 cursos, incluindo alunos da graduação e pós-graduação.
Sobre o orçamento da UERR, a professora informou a informação obtida pelos discentes é de que o orçamento da universidade gira em torno de R$85 milhões para 2024, mas que falta transparência e diálogo sobre como são gastos esses valores.
“Precisamos ter mais transparência, ter uma discussão sobre a aplicação dos recursos. Nós não tivemos uma discussão, uma participação coletiva, um debate, envolvendo alunos e professores relacionado ao orçamento para 2025. Nós não temos controle e informações totais como está a divisão desse orçamento para o próximo ano”, defendeu.
Um dos elementos abordados pela professora é de que o portal da transparência da instituição “é confuso” e com dados mais relacionados ao pagamento dos docentes. Laurinete revela que mais da metade do orçamento é destinado ao pagamento de docentes, administrativos e terceirizados, com poucos recursos para incentivos aos projetos de pesquisa e extensão.
“A folha de pagamento realmente tem uma visibilidade, mas aos demais gastos e como é feito, não há. Até mesmo essa questão de aluguéis [de prédios], contratos de compra de computadores, contratação de empresa terceirizada. Esses valores não há pra dialogar, por que não temos essa informação”, ressaltou.
A falta de diálogo entre as partes, segundo avaliação de Laurinete, é uma questão histórica na UERR. Ela explica que o sindicato busca fazer esse trabalho de mediação, com reuniões agendadas com a gestão e mobilização de professores.
“É uma gestão nova, então, a gente espera uma abertura a partir dessas nossas reinvindicações. Encaminhamentos na semana passada uma solicitação de audiência e estamos aguardando retorno, mas a gestão ainda não respondeu favoravelmente”, informou.
Outro ponto citado pela sindicalista é a falta de políticas de assistência estudantil aos alunos e de apoio, como um restaurante universitário e de promoção de concursos públicos para professores. “O apoio ao estudante em si é muito frágil, justamente por conta dessa questão orçamentária”, afirmou. “Hoje em dia temos colegiados que funcionam com quatro a cinco professores, atendendo quatro a cinco turmas, de manhã, tarde ou noite. Então, acaba que os professores precisam se virar nos 30”, acrescentou.
A docente ressaltou também que o sindicato tem atuado na defesa da universidade pública brasileira, gratuita, autônoma e democrática para toda a sociedade. “A universidade visa produzir conhecimento para toda a sociedade e ter um impacto econômico e cultural dentro do Estado de Roraima. Esse é o projeto que nós defendemos enquanto sindicato, enquanto professores, por isso temos buscado o diálogo com a gestão da universidade e entender os problemas do cotidiano”.
Confira a entrevista na íntegra: