POLÍTICA

Presidente do Solidariedade se entrega à Polícia Federal

Eurípedes Gomes Júnior se entregou à PF após ser considerado foragido, acusado de desviar recursos do fundo partidário e eleitoral.

Presidente do Solidariedade, Eurípedes Gomes de Macedo Júnior. (Foto: Reprodução/Instagram).
Presidente do Solidariedade, Eurípedes Gomes de Macedo Júnior. (Foto: Reprodução/Instagram).

O presidente do Solidariedade, Eurípedes Gomes Júnior, se apresentou na superintendência da Polícia Federal em Brasília na tarde deste sábado (15). Ele havia sido incluído na lista de divisão vermelha da Interpol, o que permite a prisão de foragidos em países estrangeiros.

Eurípedes era considerado foragido pela Polícia Federal e foi alvo de uma operação contra uma suposta organização criminosa. Essa organização é suspeita de desviar recursos do fundo partidário e eleitoral nas eleições de 2022. Os valores desviados seriam destinados ao extinto partido Pros, que foi incorporado ao Solidariedade.

O presidente do Solidariedade permanecerá na sede da PF aguardando vaga no sistema prisional. A informação foi confirmada ao UOL pela assessoria da PF. Dois dias antes de sua entrega, ele havia sido incluído na lista vermelha da Interpol, reforçando a possibilidade de sua prisão em território estrangeiro.

Três pessoas suspeitas de envolvimento no esquema foram presas durante a operação realizada na quarta-feira. Os agentes da PF cumpriram sete mandados de prisão e 45 de busca e apreensão em Goiás, São Paulo e no Distrito Federal. A operação, batizada de Fundo do Poço, investiga o desvio de R$ 36 milhões.

A apuração começou a partir de uma denúncia feita por um presidente de partido, cujo nome não foi divulgado pela Polícia Federal. A Justiça Eleitoral do Distrito Federal determinou o bloqueio e a indisponibilidade de R$ 36 milhões, além do sequestro judicial de 33 imóveis pertencentes ao grupo investigado.

A investigação da PF identificou uma organização criminosa “estruturalmente ordenada”, que tinha como objetivo desviar e se apropriar de recursos do Fundo Partidário e Eleitoral. A estratégia envolvia o uso de candidaturas laranjas, superfaturamento de serviços de consultoria jurídica e desvios de recursos partidários destinados à Fundação de Ordem Social, ligada ao partido.

Em sua defesa, os advogados de Eurípedes afirmaram que ele “demonstrará perante a Justiça não só a insubsistência dos motivos que propiciaram a sua prisão preventiva, mas ainda a sua total inocência em face dos fatos que estão sendo apurados nos autos do inquérito policial em que foi determinada a sua prisão preventiva”. Em nota, os advogados acrescentaram que, “após ter se licenciado do exercício das suas funções de dirigente partidário, Eurípedes Gomes Macedo Júnior, voluntariamente, apresentou-se à Polícia Federal do Distrito Federal, para permitir o cumprimento do mandado de prisão preventiva expedido em seu desfavor”.

Com o pedido de licença de Eurípedes do comando do Solidariedade, o partido informou que o deputado Paulo Pereira do Silva, conhecido como Paulinho da Força, assumirá a presidência nacional do Solidariedade. O partido divulgou uma nota afirmando que “essa solicitação é compatível com o estatuto partidário, dessa maneira, a secretaria geral do Solidariedade tomará todas as providências necessárias e cabíveis para o seu imediato atendimento, tendo em vista a regular continuidade do exercício da direção partidária”.