Problema do Linhão de Tucuruí está perto de ser resolvido, afirma ministro

A interligação de Roraima ao Sistema Elétrico Nacional, com a retomada da obra da linha de transmissão da energia entre Manaus, no Amazonas, e Boa Vista, em Roraima, por meio do Linhão do Tucuruí, no Pará, virou prioridade do Ministério das Minas e Energia, segundo o ministro Eduardo Braga, e que todo o imbróglio sobre a questão está próximo de ser resolvido.
A afirmação foi feita pelo ministro em reunião com a bancada de senadores da região Norte, ocorrida na terça-feira, 28, no Ministério das Minas e Energias, em Brasília. Na reunião, que tinha o objetivo de tratar dos problemas do setor elétrico nos estados, o ministro expôs os investimentos que estão sendo feitos na extensão de redes rurais na região, para aumentar o ritmo de instalação do programa Luz para Todos em seus estados.
A senadora Ângela Portela (PT) cobrou do ministro uma solução definitiva aos entraves que atrapalham a retomada da obra do Linhão de Tucuruí, interrompida pela Justiça Federal, a pedido do Ministério Público Federal no Amazonas (MPF-AM), sob a argumentação de que não houve consulta aos povos indígenas, em cujas terras irá passar o ramal.
O ministro afirmou que a obra do Linhão de Tucuruí foi incluída no plano de investimentos prioritários para ações de infraestrutura no país, assunto que a presidenta Dilma Rousseff discutiu, no sábado passado com seus principais ministros, e que deverá lançar em breve.
Segundo o ministro, os 21 itens do Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (EIA/Rima) referentes à construção do Linhão de Tucuruí, já foram cumpridos. Com o cumprimento dos itens do EIA/Rima, documentos que visam avaliar possíveis impactos ambientais em função da instalação de um empreendimento e que estabelece programas para o monitoramento e mitigação dos impactos, o ministro disse que “este problema está perto de ser equacionado”, permitindo a expansão da obra do linhão que deverá garantir segurança energética a Roraima.
TERMELÉTRICAS – Ângela Portela também cobrou do ministro Eduardo Braga resolução ao pedido de outorga de três termoelétricas que estão prontas, aguardando apenas a liberação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para funcionar em Roraima. “O funcionamento destas termoelétricas é importante, ainda que de forma provisória, enquanto o Linhão de Tucuruí não sai, para garantir segurança energética ao Estado”, ressaltou a senadora.
O ministro também se comprometeu a buscar soluções junto à agência para a liberação das outorgas das termoelétricas, garantindo assim, o seu funcionamento.
Eduardo Braga anuncia previsão de R$ 125 mi ao Luz Para Todos em RR
Com relação ao programa Luz Para Todos, do Governo Federal, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, expôs para os parlamentares números referentes aos investimentos em cada Estado. Em Roraima, segundo ele, o Governo Federal tem previsão de investimento de R$ 125 milhões até o final deste ano, devendo atender cerca de 55 mil pessoas e com estimativas de obter mais R$ 5,4 milhões de investimentos até 2018, garantindo mais 1.450 novas ligações.
Apesar de o ministro considerar esses investimentos positivos, a senadora Ângela avaliou que, em Roraima, o Luz Para Todos não avançou como deveria. Segundo ela, no que coube à Companhia Energética de Roraima (Cerr), o programa não atingiu sequer 50% das famílias que precisam ser atendidas.
Ângela Portela pediu ao ministro que a meta para Roraima fosse revista. “Eu gostaria que fosse analisada uma maneira de redimensionar este programa, de forma a incluir mais de 10 mil famílias que ainda não têm acesso ao programa federal”, solicitou.
Ao final da reunião, o ministro pediu à parlamentar um voto de confiança para o atendimento às demandas de Roraima por ela apresentadas na área de energia elétrica. Diante das informações que recebeu, a senadora reconheceu a disposição do ministro e se disse otimista com a possibilidade de solução aos problemas apontados.
“O ministro Eduardo Braga está articulando dentro do Governo Federal maneiras de atender nossas demandas mais urgentes, como a liberação das termelétricas, a ampliação do Luz Para Todos e as pendências da obra do Linhão de Tucuruí, obra que é indispensável para tirar Roraima da condição de racionamento em que vive, mas, principalmente, para promover a economia e o desenvolvimento do Estado”, frisou.